Transfofa em Blog

Um espaço especial e pessoal, para dar relevo a cada momento único - Bem Vind@ ao meu Blog!

quarta-feira, abril 19, 2006

Depois de uma semana calma, em que pouco ou nada mesmo houve a noticiar, aqui venho postar. Só na Sexta, tive a notícia de que a celebérrima Roberta Close, e depois de 15 anos de espera, mudou finalmente o nome da sua carta de condução de Luiz Roberto Gambine Moreira para Luiza Roberta Gambine Moreira, sendo que proximamente espero aqui noticiar que tenha também mudado já o nome no seu BI, processo que se encontra já em curso.

Mas, tirando esta pequena notícia, nada mais houve de relevante. Sucedem-se em várias partes do mundo as marchas do orgulho gay, nomeadamente no Brasil, onde segundo consta, as várias associações de trangenders têm tido parte activa nessas manifestações de luta por direitos e reconhecimentos negados.

E pensei em como seria viver num Portugal onde a comunidade LGBT estivesse unida, onde houvesse mobilização, onde uma manifestação contra episódios homofóbicos reunisse uma enorme massa popular, não só gays, lesbicas, bissexuais ou trangenders, mas mesmo apoiantes, simpatizantes, ou até adversários que nos respeitassem.

Depois abro os olhos e vejo a nossa realidade: no meu caso pessoal, transexual feminina, e como tal sendo discriminada pela sociedade em geral, mais por muitos gays e/ou lésbicas, procurando apoio das outras trans que existem, e que vejo? Salvo raras excepções, uma ou outra que aqui e ali tentam nadar contra a maré, vejo que a grande maioria foi dominada pelo dinheiro.

Por serem transexuais, são condenadas à prostituição, onde em pouco tempo ganham o suficiente para poderem modificar no seu corpo tudo ou quase tudo que queiram. Isto num país onde os processos de transexualidade são dificultados ao máximo, quiçá por razões económicas também (uma operação de mudança de sexo custa uma fortuna ao Estado). Assim sendo a transexual passa de ser humano a mero objecto sexual.

Com uma grande ajuda dos chamados T-lovers, que por mais que gostem de transexuais, e apesar de uns 3 ou 4 aparecerem nuns jantares supostamente dedicados a nós, não conseguem sequer dar a cara numa foto rodeados de transexuais, muitos nem sequer têm coragem de aparecer ao nosso lado num inócuo café ao fim da tarde.

Não seria mais lógico e já que gostam tanto de nós, tentarem ajudar-nos a ganhar o respeito que merecemos por sermos seres humanos? Arranjarmos trabalhos condignos? Ajudar a acabar com a discriminação?

Quantos e quantos deles, a grande maioria casados, não aparecem nos chats da net procurando transexuais para "experiências"? Para "saberem como é"? e quando têm hipótese de defender alguma trans, são os primeiros a mandar pedras, para que ninguem desconfie deles?

E que fazem as trans? Tentam mudar este "état de choses"? Não, acomodam-se, e até provocam esses comportamentos, conquistadas por dinheiro fácil para se encherem de silicone e botox em todo o lado onde seja possível.

Dignidade? Não paga os seios de silicone, então serve para quê?


Postei isto a 06/06/2005, no meu segundo blog, e sem mais nada de para postar, resolvi recuperar uns pensamentos que não perderam nada com o tempo. Já andava a pensar em recuperar posts mais pessoais para dar um fim aos dois blogs antigos, de maneira a ficar só este

1 Comments:

  • At 30 maio, 2006 12:04, Anonymous Anónimo said…

    Olá Eduarda, espero que não leve a mal por estar a mendar este email, mas queria dizer-lhe que tenho lido atentamente o seu blog e tenho gostado muito. EStou a tentar escrever um livro onde uma das personagens(por sinal, a que mais gosto)é uma Transsexual. Claro que me tenho valido da muita matéria na Internet sobre este tema, mas mesmo assim gosdtaria de poder falar um dia consigo, se não for incómodo é claro. O meu email é s4muc4@hotmail.com e o meu nome é Samuel. Muito Obrigado

     

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