Transfofa em Blog

Um espaço especial e pessoal, para dar relevo a cada momento único - Bem Vind@ ao meu Blog!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Hoje é dia dos namorados.

O dia de São Valentim.

Um dia criado para o comércio, mais que para outra coisa.

Um dia que marca muita gente.

Um dia em que tod@s gostam especialmente de o passar com quem sentem um sentimento mais profundo.

Um dia em que toda a gente gosta de receber uma lembrança da sua "cara metade".

No entanto, um dia em que, aqueles e aquelas que estão sózinhos, sentem mais essa solidão, com tudo a lembrar-lhes a sua condição, desde a radio à televisão, passando por todos os media.

Um dia em que acresce o peso dessa solidão, tornando-se muito difícil de aguentar.

Um dia em que as viúvas recordam momentos felizes partilhados com quem não mais partilharão que saudade.

Um dia em que nós, transexuais, mais sentimos o peso de termos nascido nesta condição sem nunca o termos desejado. Em que mais sentimos que somos consideradas "diferentes", aberrações, gays efeminados, e mais uma panóplia interminável de epítetos que nos queiram chamar.

Um dia em que os nossos supostos admiradores (leia-se tlovers) correm para casa com um ramo de flores para agraciarem as respectivas mulheres, na esperança de que elas se esqueçam de quaisquer dúvidas ou suspeitas que tenham tido sobre o amor e a fidelidade dos respectivos maridos.

Um dia em que eles, depois do dever cumprido, regressarão aos chats na net e continuarão a debitar frases incongruentes tais como "adoro trans", "olá linda" sem conhecerem ou sequer terem visto uma foto da pessoa com quem teclam.

Um dia em que elas se terão ido deitar, mais satisfeitas pois afinal os esposos ainda as consideram como namoradas, pensando em como tanto trabalham nos computadores.

Um dia como tantos outros afinal, com alegrias e tristezas, encontros e desencontros e as inúmeras casualidades que fazem as noss@s vidas.

E acaba-se desejando que passe depressa, para que venha outro, semelhante em quase tudo, mas em que esse sentimento de solidão não esteja tão vincadamente marcado.

Um dia a seguir a outro...

Um dia...