The day after...
Diário Digital
A Ordem dos Advogados concordou hoje com as penas aplicadas aos menores envolvidos nos maus-tratos ao transsexual Gisberta, em Fevereiro, ressalvando, no entanto, que a amplitude das medidas tutelares poderia ir até aos 24 meses.
Diário de Notícias Online
"Fiquei surpreendida com a caracterização de 'brincadeira' feita pelo juiz. Não dá para caracterizar como leviandade aquilo que se passou. Houve tortura, repetição da violência durante vários dias, desrespeito à figura humana de todas as maneiras..." A cônsul-geral Marília Sardenberg Zelner Gonçalves, representante máxima do Estado brasileiro no Porto, quebra o silêncio que se impôs durante o julgamento dos menores que atacaram a sua compatriota Gisberta para criticar a sentença em termos inequívocos.
Jornal de Notícias
Três meses de investigação e 16 audiências no Tribunal de Menores do Porto não chegaram para encontrar as razões pelas quais 13 menores ligados às Oficinas de São José e ao Centro Juvenil de Campanhã agrediram o transexual Gisberta, vindo a causar-lhe a morte por afogamento no fundo de um poço de um prédio inacabado no Porto.
Correio da Manhã
Caso Gisberta
Os adolescentes condenados anteontem pelo Tribunal de Menores do Porto, por envolvimento na morte de um transexual, ainda não sabem onde irão cumprir as medidas tutelares aplicadas.
O Primeiro de Janeiro
Os 13 jovens condenados no caso Gisberta vão ser internados em centros educativos num regime que os obrigará a residir e estudar naquele espaço, embora lhes possa ser permitido sair desde que acompanhados, segundo noticiou ontem a Agência Lusa.
Dos comunicados escritos e enviados, um por Lara Crespo e eu, subscrito por Stephan Jacob, Jó Bernardo, Panteras Rosa, PortugalGay.PT, ªt., e rede ex aequo e outro da ILGA Portugal, nem sinal. Estranho, não???
[CA, USA]
If San Diego had its own Stonewall protests, maybe it would go something like this
[Canada]
Podium protest earns second-place cyclist censure
[Canada]
Transgender mountain bike racer Michelle Dumaresq says she was shocked by the unsportsmanlike conduct exhibited by a competitor who wore a T-shirt mocking her at the recent Canadian downhill championships.
[Israel]
She was the number one diva, after winning the Eurovision Song Contest with a song called Diva. But where is she now?
[USA]
The transgender publishing world is exploding, and these two books, Just Add Hormones and Testosterone Files, are among the best of the recent crop. Both capture what it is like to be an F-to-M, that is, female-to-male, transgendered or transsexual man.
[MI, USA]
While the Michigan Womyn's Music Festival rocks across the street, Camp Trans 2006 will continue their sixteen-year protest of MWMF's "womyn-born woman" policy and educate festival-goers about the issues facing transgender women.
4 Comments:
At 03 agosto, 2006 12:32, Anónimo said…
Depois de ler atentamente as noticias que aqui estão sobre o caso Gisberta gostaria muito que alguém também viesse aqui (porventura a autora deste Blog - a propósito sou um leitor atento do mesmo) esclarecer algumas coisas, tais como quais deveriam então ser as penas justas a aplicar aos jovens. Talvez o Sr. João Paulo do Portugal Gay depois do que vem publicado no Diário Digital pudesse opinar sobre isso. Gostaria também de saber se anteriormente à morte da Sra. Gisberta, a Exma. Sra. Consul do Brasil no Porto, D. Marilia Sardenberg, terá feito alguma diligência por aquela sua compatriota, nomeadamente se sabia da sua existência, do seu estado de saúde, das suas condições de vida, etc. e como tal diligenciado para que a Sra. Gisberta pudesse ser retirada das ruas e convenientemente tratada. Seria muito importante saber isso. Gostava também de saber qual a situação de residência da Sra. Gisberta, se tinha a sua situação legalizada de modo a permitir a sua residência no nosso país, etc. Gostava também de saber se esta mesma senhora mantinha a prática de prostituição anteriormente à sua morte uma vez que se assim era, a mesma constituia um perigo de saúde publico gravissimo em virtude da precaridade da sua condição de saude. Estes são alguns dos aspectos que gostaria de ver aqui tratados de forma isenta e sem histerismos estéreis, porque somente assim a causa que aqui se pretende defender (que eu respeito e que tem que ser respeitada por todos) poderá ser entendida pelos cidadãos no geral permitindo então que de facto a justiça possa ser seguida sem precalços e sem que terceiros se possam aproveitar dela.
Bem haja à Transfofa por este seu espaço virtual que desde há muito aprecio pela sua militância e perseverança.
At 04 agosto, 2006 05:13, Unknown said…
Em relação às penas, e não sendo jurista, só me parece que condená-los a ficarem nas instituições em regime semi-aberto, que era onde eles já estavam, não vá servir de muito.
Eles já lá estavam, não aprenderam o valor de uma vida humana nem a viverem em sociedade, não me parece que o vão aprender agora, ainda por cima depois de descobrirem que podem matar sem lhes acontecer nada de mais. Não sei que pena aplicar, se fosse o meu coração a falar, aí sim, sabia muito bem o que se lhes devia fazer, mas como não é, simplesmente acho que uma pena destas é uma palhaçada. Quanto ao Sr João Paulo, penso que devia escrever isto no blog dele, onde de certeza lhe responderá firmemente. Este blog é meu, e quem opina aqui ou não,
sou eu quem decide. Bem como com a Exma. Sra. Consul do Brasil no Porto, D. Marilia Sardenberg. Ela que fale por ela. talvez se lhe mandar uma carta nestes termos, ela tenha a amabilidade de lhe responder. No entanto, talvez ajude se pensar um bocadinho e ver que, ou é a própria pessoa que quer ser ajudada, ou não vale a pena tentar-se fazer nada. Isto é
óbvio para qualquer pessoa que lide com toxicodependentes.
Quanto a estar legal, a quantidade de anos que já vivia em Portugal torna isso bastante irrelevante. Segundo sei, presentemente não se encontrava legal, mas isto é não confirmado.
O que não altera em nada os factos, pois duvido que os adolescentes tivessem conhecimento
disso, ou sequer que fosse esse o motivo do que aconteceu. Aliás, uma vida humana é uma vida humana, independentemente de se encontrar em situação legal ou não. Querer focar este assunto é simplesmente uma tentativa gorada de desviar as atenções, infelizmente muito do
tipo "não foram eles que a mataram mas a água".
Em relação à prostituição e se ela o era ou não, não interessa. Desde que os clientes tomassem as devidas precauções, não me parece que adviesse daí muito perigo. O maior perigo da prostituição são os porcos dos clientes, não quem é trabalhadora do sexo por estar proibida pela sociedade de exercer qualquer outra profissão por ser transexual. Nem foi por isso também que foi tão brutalmente e selvaticamente atacada, aliás, segundo parece, os juízes não conseguiram estabelecer o motivo dos ataques (enfim...). Como disse, não é por aí que ela constítuia um perigo público de saúde. Por exemplo, eu nunca me senti ameaçada por nenhuma dessas doenças, e já conheci muita gente sensivelmente nas msmas condições. Nem apanhei nada até agora, apesar de ter estado fisicamente em contacto com pessoas com HIV, hepatites e tuberculose. Logo, fica aqui provado que o verdadeiro perigo para a saúde pública são os clientes, não as trabalhoras doentes ou não. É provável que, caso seja um destes caridosos clientes, não concorde com esta maneira de ver, o que não é de admirar. No entanto é a realidade. Mais, muitos toxicodependentes também sofrem das mesmas doenças e não passa pela cabeça de ninguém prendê-los a todos ou afastá-los dos restantes cidadãos. E no entanto alguns deles também podem ser perigosos, alguns até mais que as trabalhadoras do sexo.
At 04 agosto, 2006 12:38, Anónimo said…
Cara Transfofa. Muito obrigado pela sua indulgência ao permitir a minha modesta opinião neste seu blog. Sem querer abusar da sua paciência gostaria de lhe dizer o seguinte: Quando fiz o comentário anterior fi-lo com o propósito de "provocar" um pouco a discussão no sentido de demonstrar que existem diferentes formas de ver o problema (provocar está entre "" apenas para não ter nenhum sentido prejurativo). Compreendo o vosso ponto de vista e como já disse aprecio e respeito essa militância. Mas esta não tem que ser cega. Normalmente este tipo de intransigência tem sido mais responsável pela não aceitação das mulheres e homens transsexuais pela sociedade do que propriamente o contrario. E isto leva-me a tentar contrapor alguns dos argumentos que utilizou na sua resposta. Em relação à pena a aplicar se todos nós deixássemos os nossos corações falar quando se trata de fazer justiça tenho a certeza que este mundo de hoje estaria muito pior. Não nos podemos esquecer que a justiça é feita por homens e mulheres e como tal não é perfeita, mas procura-se que seja isso mesmo, justa. Nunca emocional.
Em relação à Exma Sra. Consul do Brasil no Porto, ela foi aqui referida por mim unicamente porque julgo que seria de facto importante saber se alguma vez foi feito alguma coisa por uma instituição que supostamente é uma ponte, uma ligação entre os seus concidadãos e o país que os acolhe e que tem a obrigação de estar minimamente informada sobre os seus cidadãos.Nesse sentido permita-me discordar em absoluto da sua opinião quanto ao facto de a pessoa querer ou não ser ajudada. Atrevo-me a dizer que uma pessoa no estado em que aparentemente estava a Sra. Gisberta de bom grado receberia qualquer tipo de ajuda.
Em relação à questão da prostituição permita-me também discordar do seu ponto de vista. Ao contrário do que diz importa e muito. É evidente que os seus supostos clientes deveriam tomar as devidas precauções, mas a Sra. Gisberta também tinha o direito de exigir que eles tomassem essas precauções e do mesmo modo informar do seu estado de saúde. Caso contrário terá contribuido na eventual propagação das doenças de que padecia. Eventualmente esta contribuição até terá sido voluntária. Talvez contra os tais "porcos" dos clientes, como refere. Também acha justo se assim foi?
Em relação ao facto de no seu entender as mulheres transsexuais
estarem proibidas pela sociedade de exercerem outra profissão que não a prostituição (estou totalmente contra esta sua opinião de tão redutora que é), e para não irmos muito longe recomendo-lhe a leitura do seguinte site:
http://ai.eecs.umich.edu/people/conway/TSsuccesses/TSsuccesses-Portuguese.html
Verá que muitas das histórias ali referida são exemplos não só de luta mas de integração bem sucedidos. Tenho também a certeza de que existem outros exemplos no nosso país.
Muito mais haveria aqui para dizer, mas não gostaria de terminar sem referir que a integração de qualquer grupo num todo é uma estrada de duas faixas, nem sempre fácil e com muitas curvas. Mas uma estrada é uma ligação, vai de um sitio para outro. E a comunidade transsexual só terá ganhar quando se afirmar pela positiva.
Bem haja mais uma vez
At 05 agosto, 2006 07:22, Unknown said…
Bem, como eu disse, não é o coração a ditar sentenças. Em relação ao caso das doenças penso que estamos aqui a perder tempo. Que eu saiba, nenhum dos clientes dela veio a público afirmar se ela tomava ou não precauções ou se ela avisava ou não. Não se sabe, logo não há discussão. Quanto ao eu achar justo, na minha opinião quantos menos porcos houver, melhor se respirará no mundo. Não movo um dedo para ajudar nenhum deles. Era exterminá-los e pronto.
Como já antevia, não concorda com a minha opinião. Ok, na boa.
Já conhecia de há muito o site da Lynn, mas fui novamente dar uma vista de olhos. Continuei sem vislumbrar lá nenhuma T portuguesa. Presumo que o link era só por estar traduzido em português do brasil. Portanto o que eu disse continua válido. Exemplos de fora não constituem prova de que em portugal quem seja trans não seja discriminada. Se lá fora algumas se safam, óptimo, ainda bem. Talvez assim algum dia aconteça o mesmo cá.
E como pode ver, a única discussão é entre nós. Os restantes visitantes deste blog primam pela apatia...
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