ERRO PONTUAL!... DISCRIMINAÇÃO INTENCIONAL?...
A Campanha Digital Contra o Preconceito a LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgéneros), cuja ideia inicial pertence a Fabrício Viana que a idealizou e concebeu num site brasileiro, é uma apresentação de postais originais sobre várias temáticas ligadas à orientação sexual, e inclui no final de cada postal a referência ao título da campanha na íntegra, a REDE EX AEQUO resolveu, por iniciativa própria, retirar a palavra Transsexuais de cada um dos postais apresentados.Esta iniciativa levanta questões de fundo, quer pela demonstração de desconhecimento da matéria que implica uma discriminação óbvia para com determinado grupo minoritário., que me leva a questionar os responsáveis da referida iniciativa se acham que indivíduos TT (Transsexuais ou Transgéneros) não têm orientação sexual LGBH (lésbica gay, bissexual ou heterossexual).Basta fazer um pequeno desvio no site e aceder ao PROJECTO DE EDUCAÇÃO DA REDE EX AEQUO, para contradizer esta possibilidade, porque o mesmo faz referência ao facto de Transexuais terem orientação sexual LGBH (esqueceram-se da população Transgénero mas isso, pelos vistos, é de somenos importância para um projecto de educação). E nem o argumento de que TT com orientação sexual LGBH, estariam naturalmente enquadrados na campanha, sem necessidade de referência específica sobre a sua identidade de género pode servir, porque se há algo que diferencia gays e as lésbicas é a sua identidade de género.Pedidos os respectivos esclarecimentos sobre a razão de tal iniciativa, foi-me comunicado com manifesta indignação por parte de uma Dirigente de referida associação, que considerou as minhas afirmações “profundamente injustas e amplo o desconhecimento do muito trabalho que a REDE EX AEQUO faz pelos TT e a sua natureza inclusiva quanto a este tema. Além disso, a associação reserva-se ao direito de optar por iniciativas exclusivamente L ou G ou B ou T, sempre que assim desejar, o que significa que poderá um dia fazer uma iniciativa exclusivamente T, não significando que realmente descura de modo algum os outros grupos da sigla” Não me parece que tenha posto em causa o trabalho efectuado, em geral, pela REDE EX AEQUO na defesa de TT, nem nunca me passou pela cabeça interferir nas opções internas da rede, mas considero necessário questionar a mesma sobre uma situação pontual, que é, manifestamente, de uma discriminação grosseira para com uma população minoritária cuja identidade de género difere das identidades de género socialmente reconhecidas, e que, como as outras identidades, tem orientação sexual LGBH.Parece-me grave que exista, dentro de qualquer movimento LGBT, um processo de intenção de exclusão baseado num critério sobre o género que separa inevitavelmente a problemática da população TT da LGB, esquecendo-se, voluntária ou involuntariamente, que esse é o princípio que distingue gays e lésbicas; por outro lado, parece-me ainda mais incoerente que em qualquer documento que se produza relacionado com orientação sexual, se excluam TT como se ás mesmas não lhes fosse reconhecida a diversidade da sua orientação sexual. Independentemente da criação de material específico relacionado com as especificidades de TT, da mesma forma como são efectuados materiais específicos para Gays e Lésbicas.Este episódio poderia ter um desfecho simples, não fosse a manifesta arrogância demonstrada pela direcção da respectiva Associação, que se limita a fornecer argumentos esfarrapados que não conseguem ocultar uma demonstração de profunda e descarada ignorância, senão de má fé em relação a esta temática, com a agravante de a mesma ter como público-alvo a população jovem, com a qual se requerem cuidados acrescidos no dever de formar e informar imparcialmente.À excepção das Panteras Rosa, nenhuma outra associação se manifestou até aos dias de hoje, o que me leva a questionar sobre se estaremos perante uma situação de ignorância generalizada em relação a esta temática, ou se acham que o tema não merece ser debatido, ou se se mantém a velha máxima de enfiar a cabecinha na areia para não ter trabalho a investigar. Se pusermos em retroperspectiva o ocorrido, chego à triste conclusão de que afinal nós não passamos de miseráveis travecas que têm, como única função, divertir a malta com umas macacadas para apimentar os eventos, porque em relação á discussão séria sobre género e identidades, a coisa está esclarecida: não se fala! Desta forma, não correremos o risco de nos expomos ao ridículo de constatarmos que, nesta matéria, os NOSSOS movimentos LGBT são tão ignorantes como a população em geral. Chegar ao século 21 com este tipo de informação a ser veiculada é chocante, mais chocante ainda é constatar que a própria população trans patrocina esta tipo de campanhas nos seus sites ou bloges privados, afinal, nem nos, dentro da nossa comunidade estamos isentas da ignorância que graça o país no que se refere a estas matérias.
A Campanha Digital Contra o Preconceito a LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgéneros), cuja ideia inicial pertence a Fabrício Viana que a idealizou e concebeu num site brasileiro, é uma apresentação de postais originais sobre várias temáticas ligadas à orientação sexual, e inclui no final de cada postal a referência ao título da campanha na íntegra, a REDE EX AEQUO resolveu, por iniciativa própria, retirar a palavra Transsexuais de cada um dos postais apresentados.Esta iniciativa levanta questões de fundo, quer pela demonstração de desconhecimento da matéria que implica uma discriminação óbvia para com determinado grupo minoritário., que me leva a questionar os responsáveis da referida iniciativa se acham que indivíduos TT (Transsexuais ou Transgéneros) não têm orientação sexual LGBH (lésbica gay, bissexual ou heterossexual).Basta fazer um pequeno desvio no site e aceder ao PROJECTO DE EDUCAÇÃO DA REDE EX AEQUO, para contradizer esta possibilidade, porque o mesmo faz referência ao facto de Transexuais terem orientação sexual LGBH (esqueceram-se da população Transgénero mas isso, pelos vistos, é de somenos importância para um projecto de educação). E nem o argumento de que TT com orientação sexual LGBH, estariam naturalmente enquadrados na campanha, sem necessidade de referência específica sobre a sua identidade de género pode servir, porque se há algo que diferencia gays e as lésbicas é a sua identidade de género.Pedidos os respectivos esclarecimentos sobre a razão de tal iniciativa, foi-me comunicado com manifesta indignação por parte de uma Dirigente de referida associação, que considerou as minhas afirmações “profundamente injustas e amplo o desconhecimento do muito trabalho que a REDE EX AEQUO faz pelos TT e a sua natureza inclusiva quanto a este tema. Além disso, a associação reserva-se ao direito de optar por iniciativas exclusivamente L ou G ou B ou T, sempre que assim desejar, o que significa que poderá um dia fazer uma iniciativa exclusivamente T, não significando que realmente descura de modo algum os outros grupos da sigla” Não me parece que tenha posto em causa o trabalho efectuado, em geral, pela REDE EX AEQUO na defesa de TT, nem nunca me passou pela cabeça interferir nas opções internas da rede, mas considero necessário questionar a mesma sobre uma situação pontual, que é, manifestamente, de uma discriminação grosseira para com uma população minoritária cuja identidade de género difere das identidades de género socialmente reconhecidas, e que, como as outras identidades, tem orientação sexual LGBH.Parece-me grave que exista, dentro de qualquer movimento LGBT, um processo de intenção de exclusão baseado num critério sobre o género que separa inevitavelmente a problemática da população TT da LGB, esquecendo-se, voluntária ou involuntariamente, que esse é o princípio que distingue gays e lésbicas; por outro lado, parece-me ainda mais incoerente que em qualquer documento que se produza relacionado com orientação sexual, se excluam TT como se ás mesmas não lhes fosse reconhecida a diversidade da sua orientação sexual. Independentemente da criação de material específico relacionado com as especificidades de TT, da mesma forma como são efectuados materiais específicos para Gays e Lésbicas.Este episódio poderia ter um desfecho simples, não fosse a manifesta arrogância demonstrada pela direcção da respectiva Associação, que se limita a fornecer argumentos esfarrapados que não conseguem ocultar uma demonstração de profunda e descarada ignorância, senão de má fé em relação a esta temática, com a agravante de a mesma ter como público-alvo a população jovem, com a qual se requerem cuidados acrescidos no dever de formar e informar imparcialmente.À excepção das Panteras Rosa, nenhuma outra associação se manifestou até aos dias de hoje, o que me leva a questionar sobre se estaremos perante uma situação de ignorância generalizada em relação a esta temática, ou se acham que o tema não merece ser debatido, ou se se mantém a velha máxima de enfiar a cabecinha na areia para não ter trabalho a investigar. Se pusermos em retroperspectiva o ocorrido, chego à triste conclusão de que afinal nós não passamos de miseráveis travecas que têm, como única função, divertir a malta com umas macacadas para apimentar os eventos, porque em relação á discussão séria sobre género e identidades, a coisa está esclarecida: não se fala! Desta forma, não correremos o risco de nos expomos ao ridículo de constatarmos que, nesta matéria, os NOSSOS movimentos LGBT são tão ignorantes como a população em geral. Chegar ao século 21 com este tipo de informação a ser veiculada é chocante, mais chocante ainda é constatar que a própria população trans patrocina esta tipo de campanhas nos seus sites ou bloges privados, afinal, nem nos, dentro da nossa comunidade estamos isentas da ignorância que graça o país no que se refere a estas matérias.
Jó Bernardo
Em relação a este comentário deixado pela Jó num post abaixo, considerei-o importante o suficiente para ter honras de post. No entanto, considero relevante deixar aqui uma pequena consideração em relação a um suposto patrocínio de campanhas. O banner que se encontra no canto superior direito do meu blog não tem, e repito, não tem nada a ver com esta polémica que se gerou à volta de uns postais, e considero-o declaradamente transgender. Tem a ver sim com outra campanha anteriora essa. Campanha essa que nos contemplava com pelo menos 3 banners, aliás, no meu antigo blog estão lá os 3. Assim, não considero que este banner patrocine campanhas que apareceram muito depois de eu o ter posto no meu blog antigo. E até nem me importo de afirmar que até gosto bastante do banner, nem me importava nada de ter sido eu a fazê-lo. Portanto, tentar-se juntar este banner a polémicas que não têm nada a ver com ele parece-me excessivo. O link mantém-se como se mantém, por exemplo, o da Opus gay apesar das opiniões absurdas expressas pelo seu dirigente em relação a determinados assuntos. Além disso tentei meter lá links informativos e não exclusivamente transgender, como o da apav, etc. Posso ter esquecido um ou outro, tal como um que me lembrei ao ler o comentário da Jó, mas assim que arranjar o link faço o banner e fica o esquecimento corrigido.
Não misturo as coisas. A outra campanha não excluía transgenders, logo o banner não destoa. Como esta campanha dos postais é discriminatória, há que reparar que nem no outro blog nem neste existe a mais pequena referência a essa campanha, salvo agora que fui forçada a falar nela. Considero pois injusta a acusação de supostos patrocínios a campanhas discriminatórias, bem como a acusação de ignorância, embora aceite que cada pessoa tem o direito a ter a sua opinião.
5 Comments:
At 18 novembro, 2005 19:41, Anónimo said…
Se este banner e bom ou não ou se corresponde a esta ou aquela campanha, estou-me literalmente burrifando. A situação mat~em-se inalterada:.......A campanha de postais contra a discriminação LGBT, discrimina grosseiramente a população trans.
este é o meu ponto, é pelo que luto e cada um que faça o que quiser. Mas não se livrem tão facilmente de uma cegueira propria de quem olha demasiado para o proprio umbigo. eu até sou Hetero......
At 19 novembro, 2005 12:22, Anónimo said…
Transfofa, já que foi publicado texto da Jó Bernardo, fica a sugestão de ser também publicado a resposta bem detalhada da rede ex aequo, que tive oportunidade de ler há umas semanas e que esclarece muito bem as questões postas e mostra que não há discriminação intencional. Julgo que basta pedir à associação e que com certeza facultarão o texto. De outro modo não há contraditório e fica-se só com a versão de um dos lados. Isso também não é correcto.
At 19 novembro, 2005 20:38, Unknown said…
Bem, é assim: eu também estou-me nas tintas para essa tal campanha dos postais. E como quando pus este banner nos meus blogs, era relativo a uma campanha que não nos discriminava, o banner mantém-se aqui de pedra e cal, e cada um que pense o que quiser. Basta lerem nos meus blogs os meus posts para saberem que nunca apoiaria discriminações. E ponto final neste assunto, espero eu.
Em relação ao comentário de um tal anónimo, faço notar o seguinte: este blog é pessoal, não é partidário nem de nenhuma associação. E eu, salvo se forem daqueles ofensivos que aparecem de vez em quando, não apago comentários de ninguém. Agora também não dou crédito nenhum a quem vem aqui armado em justiceiro, e nem sequer tem a coragem de se identificar. A Jó está devidamente identificada, bem como eu. Anónimos podem comentar mas não esperem que alguém leve os comentários a sério. Este blog não vai servir para troca de galhardetes entre a aT e a rede, para isso qualquer das associações pode muito bem fazer um blog e entenderem-se por lá. E tenho dito.
At 20 novembro, 2005 15:05, Anónimo said…
Bem vejo que só quem dá a cara pode falar e os outros não merecem respeito (não sei que regra é essa, mas não é minha). E não sinto obrigação nenhuma de me identificar, até porque sou um peão nestas lides. Aliás, coitadinha da associação que está aqui em questão que parece que, então, que só pode ser defendida por pessoas da mesma e não por alguém externo, como é o meu caso. Tinha outra imagem deste blog e da sua autora. Muita presunção e falta de respeito por estes lados, infelizmente. Quem me ler, sabe que o escrevi foi totalmente neutro. E gosto de justiça, sempre em todo o lado, que fazer... é um defeito meu, pelos vistos. Passar bem.
At 21 novembro, 2005 18:49, Anónimo said…
Peço desculpa por n me identificar :s ... só venho exprimir a minha concordância c a Jô e a Eduarda. Muitas vezes os movimentos intitulam-se LGBT, mas são só LGB. O "T" tá lá só a fazer feitio. Embora a questão LGB seja 1 questão de orientação emocional e sexual, e a questão T seja mto mais profunda - uma questão de identidade de género, uma identidade q define (quase) tudo o resto q nos somos, julgo fazer algum sentido haver 1 combinaçao de esforços pq temos o mm problema... a discriminaçao. Simplesmente alguns idiotas LGB julgam q eliminado o "T", ker textualmente ker na prática, ou por serem eles próprios transfóbicos (e há mtos LGBs transfobicos, acreditem...), ou por acharem q damos má-reputação ao movimento "deles" (afinal são eles os sérios, nós somos só malucas e malucos com a a obssessão psicótica de q têm 1 indentidade de género diferente do seu sexo biológico), têm melhores hipóteses de serem aceites pela sociedade. Enfim, são hipocritas, sendo eles próprios discriminados, vêm depois discriminar, cm se tivessem a autoridade moral para o fazer... As pessoas TS/TG podem (de momento) ainda estar classificadas cm "doentes mentais" no DSM e no ICD, mas eles têm a memória curta e esquecem-se q eles tb lá estavam há 30 anos...
E n, n vi a resposta da Ex-Aequo, mas tb n me parece q possa haver resposta q justifique mais outra discriminaçaozita deste estilo. Gota a gota estao a cavar 1 fosso à nossa volta... Se calhar mesmo o melhor é deixarem cair o "T" definitivamente p evitar esta hipocrisia. Passem a falar só por vcs, passamos nós a falar só p nós. Aliás, c tanta ignorancia sobre o fenomeno da transexualidade q já vi da parte de algumas associaçoes "LGBT", se calhar so temos a ganhar em podermos ser finalmente ser nós a falar p nós propri@s.
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