Bem, fiquei com problemas no mail onde recebo as informações, portanto quanto a notícias, espero já as poder voltar a escrever amanhã.
Sendo assim, resolvi escrever umas (poucas) linhitas sobre um tema que vai andar muito em foco nos próximos tempos: o aborto. Questão polémica para muitos e simples para outros.
Não vou aqui fazer juízos de valor. Cada pessoa é livre de pensar como muito bem entender e de defender as suas opiniões. Vou simplesmente dar a minha visão pessoal como mulher. E para mim, a questão é muito simples.
A meu ver, não se deveria realizar qualquer referendo. O referendo é um erro crasso, na minha opinião, pois está-se a dar poder a quem não o tem. Confusos? Calma, que eu explico. A meu ver (2ª vez) o referendo nunca se deveria realizar porque simplesmente nem o Governo, nem a Igreja, nem vizinhos (e muito menos desconhecidos) têm que se meter numa questão que é única e exclusivamente pertença da moral de cada uma de nós.
Ou seja, quem tem de decidir isso é a mulher grávida, não são pessoas que nem sequer nunca ouviram falar nela, ou governos que no futuro não farão nada para ajudar, nem a Igreja, que está no seu direito de aconselhar, reconheço, mas pára por aí.
Neste como em muitos outros casos, não se pode generalizar. Cada caso é um caso. Só a própria pessoa sabe se tem ou não condições para poder ter e criar uma criança ou mesmo se o quer fazer. Não me parece boa política estar-se a obrigar alguém a ter uma criança quando não tem vontade. Depois acontecem determinados casos como se vêm nos jornais. E isso parece-me bem pior.
O Estado já tem muito com que se preocupar, a julgar pelo estado do país, além de que não se deve imiscuir numa questão pessoal, que terá eventualmente a ver com a moral pessoal de cada uma. Senão arriscamo-nos qualquer dia a termos um Big Brother real a comandar os nossos gestos, gostos, decisões pessoais, etc. A democracia é muito bonito numa determinada esfera, mas não é por causa de uma maioria votar que nos vamos suicidar todos juntos que eu o vou fazer. Poupem-me.
A Igreja pode e deve aconselhar as pessoas que assim o desejem, mas na sua esfera, a moral. Considerando as exclusões que faz e a sua própria história, eu pessoalmente não a acho com moral nenhuma para aconselhar alguém neste apecto. Era questão de se perguntar onde estava o direito à vida nos gloriosos tempos das cruzadas. Sim, porque aí já se podia matar homens, mulheres e crianças. Enfim... (Neste aspecto, a posição dos vários Governos através da história tem sido idêntica, direito à vida sim, menos nas guerras. Aí reina o direito à morte)
Cada pessoa é livre de tomar as suas decisões. E esta é uma decisão demasiado importante para se deixar a referendos. Existem demasiados factores que poderão estar em jogo. Factores esses que quem vote pode não os estar a ter em conta.
Por isso eu digo: despenalize-se o aborto. Sem referendos. Cada pessoa que tome a sua decisão, pois é assim que deve ser.
Só para terminar, qual a posição dos Estados em relação a um assunto que se sabe que mata muita gente? Fumar mata, pois. Então avise-se as pessoas disso. Mas é que o tabaco dá tanto lucro ao estado que criminalizar o seu uso torna-se impensável, além de que haveria uma revolta generalizada dos fumadores. Neste caso, cada pessoa é autorizada a usar do seu livre-arbítreo. Serão as pessoas estúpidas demais para o poderem fazer na questão do aborto?
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