No dia 16 deste mês de Dezembro foi publicado num blog denominado Fishspeaker, da autoria de uma pessoa denominada L., este post que versava sobre o porquê de não ter sido uma associação exclusivamente trans a escrever um documento como o apresentado pela ILGA.

Sei que esse post teve resposta da Presidente da ªt (Associação Para O Estudo E Defesa Do Direito À Identidade De Género e não "Direito ao Género" como está lá escrito) na forma de comentário ao respectivo post.

A referida pessoa, como não deve ter gostado do conteúdo da resposta, decidiu não dar Direito de Resposta à Presidente da ªt, Jó Bernardo, não publicando o comentário. Assim, e com a respectiva autorização, publico aqui essa resposta para que se torne pública.

"Fica-te muito bem, criticares uma associação que não tem tempo para produzir documentos como o da ILGA porque os seus membros quando deveriam de estar a estudar para não serem analfabetos profundos, estavam a tentar sobreviver DA PROSTITUIÇÂO para não morrerem e não serem mais alvo de exclusões para alem da que a condição de Trans já implica, e que mesmo assim criaram (mal e bem) os alicerces de alguns dos previlégios de que disfrutas.

Fica-te muito bem criticares a ªt. de não produzir documentos quando os seus membros passam horas nos hospitais, nas repartições, nas cabeceiras de cama, em casa a escutar, porque muitas destas pessoas não beneficiaram nem da formação nem do berço apesar de sermos todos iguais perante a lei. Mas o papel dificilmente reproduz a realidade da miséria humana (nem a miséria humana de quem produz o papel.)

Os que se prostituiram ontem e se prostituem hoje são os mesmos que lutaram para que tenhas os direitos e as regalias de que disfrutas hoje.

E tu? qual tem sido a tua contribuição real e efectiva para os que vierem a seguir?

Jó Bernardo"