Chovia. Não uma chuva intensa, mais uma moinha, uns pinguitos que caíam lenta mas insistentemente. Conforme passavam violentas umas rajadas de um vento frio e selvagem, eventualmente esses pinguitos aumentavam de intensidade e por momentos parecia que realmente estava a chover a sério.
Éramos duas no calhambeque, eu e a Lara. Agasalhadas, eu "com um casaco de peles velho e piroso, voz grave e dengosa, e cabelo oxigenado de velha doida" e a Lara sempre com a sua classe, com um casaco de pele castanho.
A primeira paragem foi na escola onde fiz o meu exame da 4ª classe. Estacionei o carro, como chovia procurei logo o meu Cartão de Eleitor e o BI, e lá fui dar o meu voto. Obviamente votei no SIM.
Parei à porta da sala, enquanto uma senhora que pertencia à mesa de voto apressadamente apagava um cigarro e apressava-se a entrar para o seu lugar. O presidente da mesa, amavelmente, avisou-me que podia entrar "A senhora entre se faz favor". Entrei e entreguei os meus documentos. Em voz alta e com bom som, o presidente disse o meu número de inscrição. A senhora e um outro senhor que estavam a verificar os nomes procuraram o número e a respectiva inscrição. Enquanto um leu o nome quase imediatamente, a senhora chegou ao nome e perguntou o número outra vez. E uma terceira vez. E uma quarta. Parecia haver um bloqueio nela em relação ao que via à sua frente (eu) e o nome inscrito nos cadernos eleitorais. Tive de a informar que era transexual. Com imensas desculpas da parte dela " Não, não é isso, não percebi o número", a situação foi desbloqueada e lá me dirigi às cabines de voto. Depois de regressar ainda tive direito a um comentário do presidente "Sabe, admiro muito a coragem dos senhores".
Passando à frente, não liguei ao facto de ter mudado o género no discurso (tratou-me sempre como senhora até ter visto o BI), desejei-lhes um resto de bom dia e fui-me embora. Continuava a chover.
De seguida dirigimo-nos a Lisboa, para as mesas de voto onde a Lara iria votar. Durante todo o caminho, a chuva não parou. Ora aumentava ora diminuía. Mas omnipresente.
Depois de uma viagem sem incidentes nem acidentes (geralmente quando chove há sempre acidentes na estrada), lá chegámos e estacionámos. Depois lá foi ela votar. Enquanto na minha mesa de voto estavam 3 pessoas, na da Lara eram 5. Todos jovens.
A única coisa a registar foi a presidente da mesa ter olhado duas ou três vezes para o BI dela. De resto nada, nem um riso de gozo, nem um sorriso. Absolutamente nada. Qualquer tentativa que houvesse para o fazerem barrava com o meu olhar vindo da entrada da sala. Todos sem excepção me viram ali plantada enquanto a Lara votava. E qualquer tentativa de um murmúrio foi logo silenciada pelo meu olhar. Não será demais dizer que meti logo o meu olhar nº 6, aquele que é mais inibidor.
E assim, o SIM contou com dois votos. De duas transexuais. De duas pessoas que furaram o "não voto" da maioria da população Transexual portuguesa.
De duas pessoas que, apesar de estarem com casacos, não esconderam o peito. Que não deixaram a voz cair uma oitava, ou até duas. Que não engrossaram as sobrancelhas até terem o traço de máquinas que desenham riscos no pavimento das estradas. E que não mudaram a(s) sua(s) identidade(s), o(s) seus seres, aquilo que é a tod@s mais precioso que as roupas ou o farnel. Nós mesmas.
Hoje acreditámos em algo e pensámos que NÃO tinhamos o direito a ser egoístas, a pensar na nossa identidade, tal como outras pessoas pensam na sua barriga. Não necessitámos de quem fosse votar por nós.
Entre a côdea de pão duro que nos oferecem, e entre passar fome – entre ter meios direitos, e não os ter de todo – escolhemos a terceira hipótese. O de lutarmos pelo direito a pão do dia, nada de pão duro nem passar fome, o de confrontarmos quem nos oprime e discrimina cara a cara, de confrontarmos quem não quer que existamos.
Votámos, porque, ao contrário de não existirmos, existimos, quer queiram quer não. Estamos e estaremos presentes sempre que fôr necessário. E caso haja impedimentos, outr@s estarão lá a confrontar aquel@s que nos atacam pelo simples facto de sermos quem somos.
Éramos duas no calhambeque, eu e a Lara. Agasalhadas, eu "com um casaco de peles velho e piroso, voz grave e dengosa, e cabelo oxigenado de velha doida" e a Lara sempre com a sua classe, com um casaco de pele castanho.
A primeira paragem foi na escola onde fiz o meu exame da 4ª classe. Estacionei o carro, como chovia procurei logo o meu Cartão de Eleitor e o BI, e lá fui dar o meu voto. Obviamente votei no SIM.
Parei à porta da sala, enquanto uma senhora que pertencia à mesa de voto apressadamente apagava um cigarro e apressava-se a entrar para o seu lugar. O presidente da mesa, amavelmente, avisou-me que podia entrar "A senhora entre se faz favor". Entrei e entreguei os meus documentos. Em voz alta e com bom som, o presidente disse o meu número de inscrição. A senhora e um outro senhor que estavam a verificar os nomes procuraram o número e a respectiva inscrição. Enquanto um leu o nome quase imediatamente, a senhora chegou ao nome e perguntou o número outra vez. E uma terceira vez. E uma quarta. Parecia haver um bloqueio nela em relação ao que via à sua frente (eu) e o nome inscrito nos cadernos eleitorais. Tive de a informar que era transexual. Com imensas desculpas da parte dela " Não, não é isso, não percebi o número", a situação foi desbloqueada e lá me dirigi às cabines de voto. Depois de regressar ainda tive direito a um comentário do presidente "Sabe, admiro muito a coragem dos senhores".
Passando à frente, não liguei ao facto de ter mudado o género no discurso (tratou-me sempre como senhora até ter visto o BI), desejei-lhes um resto de bom dia e fui-me embora. Continuava a chover.
De seguida dirigimo-nos a Lisboa, para as mesas de voto onde a Lara iria votar. Durante todo o caminho, a chuva não parou. Ora aumentava ora diminuía. Mas omnipresente.
Depois de uma viagem sem incidentes nem acidentes (geralmente quando chove há sempre acidentes na estrada), lá chegámos e estacionámos. Depois lá foi ela votar. Enquanto na minha mesa de voto estavam 3 pessoas, na da Lara eram 5. Todos jovens.
A única coisa a registar foi a presidente da mesa ter olhado duas ou três vezes para o BI dela. De resto nada, nem um riso de gozo, nem um sorriso. Absolutamente nada. Qualquer tentativa que houvesse para o fazerem barrava com o meu olhar vindo da entrada da sala. Todos sem excepção me viram ali plantada enquanto a Lara votava. E qualquer tentativa de um murmúrio foi logo silenciada pelo meu olhar. Não será demais dizer que meti logo o meu olhar nº 6, aquele que é mais inibidor.
E assim, o SIM contou com dois votos. De duas transexuais. De duas pessoas que furaram o "não voto" da maioria da população Transexual portuguesa.
De duas pessoas que, apesar de estarem com casacos, não esconderam o peito. Que não deixaram a voz cair uma oitava, ou até duas. Que não engrossaram as sobrancelhas até terem o traço de máquinas que desenham riscos no pavimento das estradas. E que não mudaram a(s) sua(s) identidade(s), o(s) seus seres, aquilo que é a tod@s mais precioso que as roupas ou o farnel. Nós mesmas.
Hoje acreditámos em algo e pensámos que NÃO tinhamos o direito a ser egoístas, a pensar na nossa identidade, tal como outras pessoas pensam na sua barriga. Não necessitámos de quem fosse votar por nós.
Entre a côdea de pão duro que nos oferecem, e entre passar fome – entre ter meios direitos, e não os ter de todo – escolhemos a terceira hipótese. O de lutarmos pelo direito a pão do dia, nada de pão duro nem passar fome, o de confrontarmos quem nos oprime e discrimina cara a cara, de confrontarmos quem não quer que existamos.
Votámos, porque, ao contrário de não existirmos, existimos, quer queiram quer não. Estamos e estaremos presentes sempre que fôr necessário. E caso haja impedimentos, outr@s estarão lá a confrontar aquel@s que nos atacam pelo simples facto de sermos quem somos.
E por termos esta atitude, somos o alvo preferido de pessoas que têm vergonha de serem quem são, que não se aceitam, que não se compreendem, que transformam essa incompreensão em ódio que nos é dirigido. Odeiam a sua falta de coragem. Odeiam quem a tem. Afinal, estes é que são os verdadeiros seres inventados, fabricados, falsos, distónicos, artificiais, incoerentes e com muito ódio por si, mais do que pelo mundo à sua volta.
Seres que se autoexcluem e que excluem quem por força das circunstâncias não nasceu em berço de ouro, ou com menos posses. Seres que negam a realidade de outros simplesmente porque não lhes convém. Mas para estes infelizes, e para maior infelicidade deles, que fiquem a saber que lhes arrefinfarei sempre e sempre! Os dias em que, pensavam estes pobres coitados, conseguiriam modificar a realidade a seu bel prazer vão ter um fim. E contarão sempre com esta voz, qual consciência que tentam baldadamente eliminar.
12 Comments:
At 12 fevereiro, 2007 15:03, Marlene said…
Realmente gostaria de ser imparcial mas tudo indica que as provocações são gratuitas...não é justo que apregoe que a L a critique quando tudo o que vejo aqui são ataques, sem que ela o mereça, porque apenas escreve o que sente, aquilo por que passa.
Lembrei-me imenso de tod@s vós no momento em que fui votar, porque aconteceu o que descreve aqui, houve alguém que disse em voz alta o meu nome. Imaginei como seria para vocês...
Mas anyway, as pessoas são livres de votar ou não e quem não foi, com certeza terá os seus motivos. Assim como a Eduarda tem os seus, legítimos.
Só continuo a achar que estes ataques são desnecessários...
At 13 fevereiro, 2007 06:24, Unknown said…
Cara Marlene, parece-me que lhe escapou algo neste post. É que ele tinha (e tem) links. E esses links vão dar precisamente a uns posts e comentários do fishspeaker, onde até chegam a dizer que pareço um chulo africano.
Tudo o que escrevi neste post, os chamados ataques nada mais são do que o troco há muito devido. Não reparou que tudo o que lhe chamo É PRECISAMENTE TUDO O QUE ME CHAMOU? Tem os links para comprovar.
Já agora faço-lhe uma pergunta: visto que rapidamente vem aqui dar a sua crítica, porque não criticou no blog Fishspeaker? Quer dizer, está-me a parecer que a sua imparcialidade não é TÃO imparcial assim, pois critica-me quando eu respondo a ataques pessoais e não o faz à pessoa que me ataca. E como pode comprovar, somente devolvi os piropos (e não foram todos, mas enfim, deixei passar o resto). Gostaria de ver por lá também uns comentários seus a dizerem a mesma coisa que me diz a mim. Isso era ser imparcial, não era?
At 13 fevereiro, 2007 16:31, Anónimo said…
Muito provavelmente este comentário não será publicado, quanto mais não seja por ser anónimo, mas cá vai na mesma.
Na minha modesta opinião, se puserem a mão na consciência e analisarem o caso friamente, na questão dos insultos e provocações há culpas de ambas as partes e, suspeito, que esta situação já vem de muito antes dos blogs.
Do lado Santos, Eduarda, temos:
- entre outras coisas, um post difamatório e caluniosos sobre um “atrasado mental, esquizofrénico, que finge ser trans para fugir ao serviço militar, etc...” escrito quando a Fishspeaker, L, começou o seu blog. Post esse que me deixou uma péssima impressão da sra. Santos.
Do lado Reis, Luisa (será este o nome?) temos:
- umas farpazinhas atiradas aqui e ali, assim como quem não quer a coisa, mas que vão atingindo o alvo. Assim do tipo, fotos da aparência de transexuais cuja transição não foi “bem feita” e que se parecem, estranhamente, com a sra. Santos, insinuações sobre a sua falta de instrução, ou por , supostamente, viver do RMG, etc.
Mas parece-me que nesta situação especifica e apesar daquilo que, alguns comentários supostamente apaziguadores e “imparciais”, nos querem fazer crer, a questão essencial não é quem começou a insultar ou a provocar quem, mas sim quem agiu da maneira mais coerente no dia do referendo.
A sra. L. que, dantes, tanto se chorava por pertencer a uma comunidade que estava “na base da cadeia alimentar” e que agora já se dá ao luxo de gozar com os “maricas” (os mais fracos da “comunidade” lgbt), e que até escreveu um inflamado post sobre “Transvitimização” dias antes do referendo, veio afinal, num rasgo de grande coerência, acolher-se à sombra da dita “transvitimização” para não ir votar.
O mais espantoso é que ninguém estranhou, ninguém a censurou e, ainda por cima, houve quem fosse suficientemente velhaco (ou suficientemente tonto, julgando-se manipulador) para aproveitar a sede de campanha do SIM para lhe fazer publicidade gratuita ao blog. Ninguém se lembrou que, se calhar, teria sido muito mais proveitoso (tanto para o SIM como até para os trans , em geral) arranjar uma (várias) pessoa(s) que a acompanhassem ao seu local de voto para que pudesse exercer o seu direito, sem ter que passar por situações embaraçosas. Realmente neste país não abunda o senso comum...
A sra. Santos – apesar de todas a “vicissitudes” e potenciais “perigos” - agarrou no seu “satélite” (a sra. Lara) e foi contribuir para a vitória do SIM.
Poderão sempre alegar que a referida sra. Santos terá eventualmente sido abençoada com uma “compleição física” mais “atlética” e mais “favorável” , que lhe permite fazer coisas que outros não podem fazer e que aproveita isso para manipular a opinião pública. Mas eu conheço, pelo menos, um “maricas” (esses tais que são dos mais fracos da “comunidade” lgbt) que, também, apesar de todas a “vicissitudes” e potenciais “perigos” e apesar de não ter nenhum guarda- costas com “olhar nº 6, aquele que é mais inibidor”, para o proteger, lá foi sozinho contribuir para a vitória do SIM.
E garanto-vos que é um desses “maricas” fracos e tímidos; insultados e humilhados por tudo e por todos (com uma regularidade que mais parece tortura...) e que não têm amigos nem “associações” que se solidarizem com eles, porque ninguém se atreve a ser visto como “amigo” desses seres que só servem para ser maltratados e culpados por todos os males da comunidade lgbt (como se a homofobia não fosse um problema dos homofóbicos, mas uma “provocação” feita pelos tais maricas, cuja maior culpa é serem fracos e tímidos...).
Portanto, lamento muito mas neste “round”, parece-me que “ganhou” a sra. Santos, por KO.
At 13 fevereiro, 2007 20:40, Marlene said…
Eu bem tento. Mas torna-se muito complicado quando, com vontade, clico no seu blog e, para além de notícias, vejo ataques pessoais directos. Direccionados a alguém em especial. Alguém que a Eduarda critica por pensar de forma diferente da sua, quando tod@s nós somos diferentes e merecemos a palavra.
Tudo bem, não lhe retiro o seu valor ou direito de dizer o que quer: este é o seu espaço e se venho aqui é porque quero. Mas se o faço é porque IMPARCIALMENTE prefiro ver todos os pontos de vista, todas as opiniões, todas as ideias, críticas, pensamentos.
Confesso que comentei antes de ter clicado nos links. Mas, mesmo assim, não compreendo de onde vem esta raiva toda. É que não entendo mesmo. E é algo que me entristece profundamente porque as coisas não deviam ser assim.
Devo realçar que esta guerra pessoal não é de agora, assisto a este clima desde os primeiros tempos de FishSpeaker. E quando a L afirmou algo em que acredita, alguma situação pela qual passou, números estatísticos, o certo é que a Eduarda o entendeu como um ataque cerrado, mesmo quando a autora do outro blog não se dirija a si. Porque não se dirige, Eduarda.
Compreendo que muitas vezes o tenha feito mas quando o contraponho com o seu blog, logo me apercebo que também houve alguma coisa aqui deste lado.
Acho que o seu blog, como o da L, ou da Lara ou enfim, muit@s outr@s anónim@s, têm a sua importância e contribuem para que o mundo se abra um pouco mais. Para mim foram de grande ajuda, na medida em que passei a pensar n@s transsexuais como qualquer outra vida humana.
Temos de ser francas. Sabemos que grande parte das pessoas nem sequer pensa sobre isso mas que automaticamente associa a transsexualidade à prostituição ou a dependências e doenças. É a realidade, triste mas é. E penso que o que a L nos passa é que essa realidade não é absoluta ou sequer maioritária. Porque não é. E acho que isso não tem nada a ver com berços ou famílias, abonos ou ilusões.Trata-se de um facto.
Continuo a lê-la, apesar das guerras que me incomodam e sei que incomodam mais gente. Continuo a ler o FishSpeaker também.
E tento ser imparcial, sim, quando comento aqui. Porque podia simplesmente ler e criar uma opinião sem que a Eduarda tivesse conhecimento, sem que tivesse oportunidade de contrapôr com o que pensa do que digo e penso.
E quanto a fazer uma crítica no blog FishSpeaker...eu comento habitualmente no blog, como pode constatar. O que sucede é, como já disse acima, que não o entendi como ataques pessoais contra si. Penso que a Eduarda não aceitou, desde sempre qualquer que tenha sido o ponto de vista da outra blogger, fosse no que fosse...
Mas isso também não interessa nada, porque como me farto de dizer, esta guerra é altamente destrutiva e pode facilmente ser eliminada, não acha?
E digo-o muitas vezes à L, pode ter a certeza, aí sim, com uma parcialidade que acho justa.
Sei que sabe que há imensa gente que a lê, mesmo que não a comente. E o que me aconselharam foi a não comentar, mesmo sabendo que não são esses os meus princípios. Se tenho algo a dizer, digo. Quem quiser aceitar o que tenho a dizer, tudo bem. Mas faço questão de não permanecer no anonimato já que continuo a passar por aqui e a assistir a este "jogo"...
Espero que tenha entendido o que quis dizer quando afirmei que TENTO SER IMPARCIAL...acho que olho para os dois lados, ou não?
At 14 fevereiro, 2007 08:03, Unknown said…
Anónimo
De notar: Nem eu nem a Lara somos, fomos ou seremos alguma vez "satélites" de alguém. Se por nos darmos bem e geralmente andarmos juntas (não sempre, como é obvio) lhe dá a si ou a quem quer que seja uma impressão dessas, deixe-me dizer-lhe que está muito enganado.
Somos boas amigas e, obviamente, andamos muito juntas. Mais, a Lara iria exercer o seu direito de voto fosse eu com ela ou não. Eu é que quis acompanhá-la precisamente como diz, e cito "muito mais proveitoso (tanto para o SIM como até para os trans , em geral) arranjar uma (várias) pessoa(s) que a acompanhassem ao seu local de voto para que pudesse exercer o seu direito".
E cito mais: "Mas eu conheço, pelo menos, um “maricas” (esses tais que são dos mais fracos da “comunidade” lgbt) que, também, apesar de todas a “vicissitudes” e potenciais “perigos” e apesar de não ter nenhum guarda- costas com “olhar nº 6, aquele que é mais inibidor”, para o proteger, lá foi sozinho contribuir para a vitória do SIM." Estar aqui com este tipo de argumentação dá a impressão que compara alguém (a Lara) a um desses "maricas". Que fique aqui bem claro que a Lara (e eu já agora) somos MULHERES TRANSEXUAIS e ponto final. Quanto á minha compleição física não vejo que possa, em circunstância alguma, ser chamada para aqui.
Marlene
Essa raiva o melhor é procurá-la na sua fonte, que não é aqui. Agora não me peça que traga para casa desaforos e não dê troco. Já agora, e como afirmou que também vai ao blog da Lara, por acaso viu lá algum post a atacar alguém? Não! Assim gostava de saber porque também ela foi tantas e tantas vezes atacada, se nunca deu troco. E nunca lhe vi, a si, nenhum comentário a criticar.
Eu já escrevi um post a tentar parar com isto, mas parece que já não se lembra disso. Por acaso nessa altura a sua posição foi esta? Não! Não criticou a atitude de mandar como resposta mais ataques. Se isto não lhe diz nada, olhe, não sei. Mas eu, sempre que o achar necessário, responderei a ataques reles como me fazem.
Uma última coisa, não se iniba e critique nos dois lados, estar sempre a mandar-se para cima de mim começa a ser um déja-vu.
At 14 fevereiro, 2007 11:38, Anónimo said…
Transfofa:
Citando-a: “Estar aqui com este tipo de argumentação dá a impressão que compara alguém (a Lara) a um desses "maricas". Que fique aqui bem claro que a Lara (e eu já agora) somos MULHERES TRANSEXUAIS e ponto final.”.
Por acaso gostaria de saber o que pensam as “Panteras Rosa” deste seu “tipo de argumentação”, pois dá a impressão de sugerir que o facto de a Lara (e você, já agora) serem MULHERES TRANSEXUAIS, vos torna superiores, mais dignas de respeito, mais “palatáveis” ou com mais direitos e prerrogativas do que “um desses maricas”...
Ou para si a Humanidade deveria dividir-se em castas, em que uns tivessem direito a melhor tratamento do que outros, atendendo à sua melhor ou pior adequação às regras de heteronormatividade?
Já agora, seguindo esta ordem de ideias, as MULHERES TRANSEXUAIS que se prostituem (ou se prostituíram) para sobreviver (ou não...), devem ser consideradas inferiores, menos “dignas” de respeito, menos “palatáveis” ou com menos direitos e prerrogativas do que MULHERES TRANSEXUAIS que não o fazem?
Tsss, tsssss....
At 14 fevereiro, 2007 21:15, Marlene said…
Bem, antes de mais envio-lhe um grande sorriso. Porque é assim que vivo a minha vida. Não como uma tresloucada que está sempre a rir mas como uma mulher que, quando se apercebe que certo assunto debatido exaustivamente é infrutífero, sorri. E olhe que os meus sorrisos são muito agradáveis de se ver! eheh
Como última intervenção neste assunto, volto a dizer que se não comentei desta forma no FishSpeaker foi porque ainda não consegui encontrar lá um ataque que fosse direccionado a si. Acho que o que aqui se passa é que a Eduarda acha que tudo o que a L escreve é contra e sobre si. Mas Eduarda NÃO É. Acredite no que lhe digo.Ou faça como entender...whatever...
Quanto às palavras d@ anónim@...
Em primeiro lugar, não acho nada bem que as pessoas não se identifiquem. E não é por uma questão de "perseguição" nem quer dizer que realmente possamos ou queiramos identificar alguém. Só que há uma parte pequenininha no cérebro que o aceita melhor quando há um nome anexado...mas quem sou eu para achar o que quer que seja neste mundo, não é? Sou mais uma anónima, de nome Marlene...
O combate...isto não é suposto ser um combate de wrestling...mas tudo bem, é a sua visão das coisas. Também eu já expus a minha.
E como já considero ridículas as minhas próprias repetições, retiro-me cordialmente.
Continuarei por aqui atenta, anonimamente mas, se me permitir, voltarei nas alturas que achar oportunas.
Que fiquem tod@s bem e sorriam porque ter a cara "trancada" faz rugas... e cabelos brancos, só de experiência, obrigada! :)
At 14 fevereiro, 2007 23:26, Anónimo said…
Já lhe ocorreu por ventura que como lidamos com a L. falaremos com ela e lhe apontaremos a ela os seus erros pessoalmente? Quer-me parecer que está a tirar conclusões precipitadas.
Só me ficam duas dúvidas:
- Porque é que se acusa alguém de esquizofrenia e inclusive se falta ao respeito da pessoa em questão aplicando expressões dirijidas 'ao menino' quando sabe muito bem de que caso se trata...?
- Porque é que o seu texto em que critica tal situação antecede qualquer outro texto escrito pela L.?
Sinceramente, isto é triste. Não por sua culpa, mas por culpa de todas as pessoas que estejam aqui envolvidas. Alguém com bom senso para parar e conversar, deixando o orgulho um pouco de parte...?
At 15 fevereiro, 2007 07:28, Unknown said…
Anónimo
Não implique coisas que não estão lá. QUALQUER mulher transexual sente-se ofendida quando fazem afirmações deste tipo. A razão prende-se em que um "maricas" é um homem e nós somos MULHERES. É isto e somente isto que me provocou aquela resposta. Estar a tentar meter divergências tipo "não aceitarmos maricas" ou qualquer coisa deste tipo não lhe servirá para nada além de o deixar mal visto. Claro que o anonimato é MUITO CONVENIENTE nestes casos. Para finalizar, deixe que lhe diga que estive vai não vai para não postar o post devido precisamente ao anonimato, mas tinha aquelas frases que não me "cheiraram bem" e resolvi fazê-lo.
Marlene
Tenho pena que não veja aquilo que está mesmo à vista dos seus olhos (e dos de toda a gente). Mas tudo bem. Sinta-se livre de sempre que o queira deixar aqui os seus comentários.
Apenas Eu
Não me ocorreu nem me poderia ocorrer pois não faço ideia de quem é, ou mesmo quem são as pessoas que aqui deixam comentários. Quanto à esquizofrenia, limitei-me a escrever o que a dita pessoa afirmou numa sala de um chat na net, à minha frente e de mais pessoas. Quanto ao "menino", alguém que tem medo de se afirmar e de dar a cara sujeita-se a que existam dúvidas sobre a veracidade das suas alegações. Como é este o caso, enquanto não tive confirmação estive sempre no meu direito de duvidar. Muito mais na net, que como toda a gente sabe é cheia de falsidades.
O meu texto NÂO antecede, é uma resposta a um outro (salvo erro até o link está lá) em que, devido a rixas pessoais, a L omite deliberadamente parte dos factos. Só não vê quem quer, diria eu...
At 15 fevereiro, 2007 12:30, Anónimo said…
Ou então talvez se veja mais do que se quer ver somente por implicância.
Talvez seja muito dada a provas concretas mas por-se a carroça à frente dos bois não ajuda.
Esquizofrenia pode muito bem ser associada a transexualidade numa primeia fase pelas dúvidas e sufocos que a mesma ostenta. Será compreensível uma ou outra referência por parte de muitos.
Por outro lado, o 'menino', por mais dúvidas que se tenham, sendo vossa excelência quem é, pode ser extremamente ofensivo e custa-me a acreditar que a sua sensibilidade não saiba/sinta isso.
Termino somente dizendo que muito provavelmente a L. se terá pecavido com toda esta situação. Seja de que lado for a culpa, isto pode acabar. Parece-me injusto que transexuais, poucos e todos com sensações e experiências similares, choquem como se vê aqui, tanto do seu como do lado da L, num modo tão, arriscarei eu, mesquinho.
At 15 fevereiro, 2007 23:22, Anónimo said…
Transfofa:
Antes de mais gostaria de saber se alguém se torna menos anónimo utilizando “nomes artísticos” do tipo “1/2 dúzia de ovos e 1kg de farinha”, “Fanfan la Tulipe”, etc.? Ou, por acaso, ninguém ouviu falar de algo chamado IP?
Parece-me que só uma mulher muito insegura da sua feminilidade, vai achar que a estão a comparar com um homem, só porque no mesmo parágrafo (mas num período diferente) se diz que um homem (um dos tais “maricas”) também foi contribuir para a vitória do SIM, tal como ela o fez. Se calhar quem sofre de esquizofrenia (paranóide) não deve ser a tal pessoa que você referiu em certo post...
Quanto ao facto de postar ou não os meus comentários é-me perfeitamente indiferente, pela simples razão de que o que não falta para aí são blogs e, se me der na cabeça, posso criar o meu próprio blog a escrever exactamente aquilo que escrevo nos comentários (ou pior ainda...). Além do mais, pouco me rala ficar “mal visto” porque não sou político nem símbolo sexual para me andar a preocupar com a imagem.
Por fim, a única razão porque colocou o meu post prende-se como o facto de este fazer uma comparação entre si e a L., mais favorável para si (em termos de coerência de atitudes) e não por causa das tais “frases” que não lhe "cheiraram bem".
Por isso , tentar “endrominar”, julgando que todos são tontinhos, “ou qualquer coisa deste tipo não lhe servirá para nada além de a deixar mal vista.” .
Tcchhhhh...... ( agora reparo que este Tcccchhhhh até dava um bom “nome artístico”...)
P.S. Suponho que este vai ser um dos tais comentários que já não convém colocar...
At 16 fevereiro, 2007 06:36, Unknown said…
Apenas Eu
Como disse, reservo-me o direito de desconfiar de toda a gente que me aparece na net e que nem a cara dá. Quanto a L, se a sua sensibilidade se chocou, não andasse pela net a dizer determinadas coisas. Além de que duvido muito que uma pessoa que usa termos mais baixos do que eu alguma vez lhe chamei, tenha uma sensibilidade assim tão frágil. Mas concordo em acabar com estas tretas, nisso pelo menos estamos de acordo. Agora se mais algum dia aparecer novamente posts difamatórios sobre mim e/ou pessoas que sejam minhas amigas, tenha paciência mas o mais provável é que depois leve com uma resposta minha.
Anónimo
Continuo e continuarei a entender qualquer insinuação desse tipo como ofensiva. Se isto lhe parece um sintoma de esquizofrenia, paciência. Posso-lhe garantir que no meu processo já despistaram essa doença mental. Já agora fique a saber que nunca andei na net ou em qualquer outro lugar a basofiar com isso. De outro modo teria de aceder a que existissem dúvidas sobre mim. E ja agora faça um blog, sempre pode dizer de sua justiça sempre que o queira. E se postei este(s) comentários fiquemos assim: fi-lo porque quis! E pronto. Aliás, nem sequer tenho de me justificar perante ninguém, muito menos você. E ficamos assim.
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