O silicone, que é usado para encher as próteses mamárias, ou o industrial, que é usado comumente para “bombar” lábios, maçãs do rosto, nádegas, etc. (e que tanto mal tem causado) tornou-se uma espécie de dogma para muitas mulheres Transexuais.
Com ele, sentem-se mais próximas do estereótipo da feminilidade, estereótipo esse imposto socialmente pelas normas vigentes sobre o que é ser feminino, e por homens que sofrem de um mal denominado “complexo do falo”.
Socialmente, uma mulher tem que ter determinadas curvas em determinadas zonas do corpo, tem que ter lábios carnudos, tem que ter peito com as medidas x ou y, tem que ter as maçãs do rosto assim e assado, enfim, um monte de lixo que a tod@s nos é incutido desde crianças.
Na realidade, existem mulheres biológicas com todas as formas e feitios, altas, magras, gordas, baixas, com curvas, sem curvas, enfim, as hipóteses são infinitas. E se bem que muitas (com posses, obviamente) já usem as técnicas plásticas para modificarem partes do seu corpo que as deixam menos satisfeitas, não conheço nenhuma nem sei de nenhum caso em que deixem de se considerarem menos mulheres por causa disso. Menos bonitas, menos apetecíveis, menos sexys, ok, mas menos mulheres? Não me parece.
No caso das mulheres Transexuais a coisa muda (e muito) de figura. Todas (ou quase todas) sentiram (sentem) na pele a discriminação imposta por um acontecimento fortuito que faz com que perante os outros e perante elas próprias se sintam menos mulheres. Obviamente que falo do facto de nascerem num corpo com características masculinas.
Isto provoca (logicamente) uma vontade de corrigirem tudo que encontram de errado no seu corpo. E em grande parte das vezes, confundindo feminilidade com conceitos estéticos.
Como resultado (e também por terem sempre o estigma de não terem nascido biologicamente mulheres) caem numa espécie de poço sem fundo, arranjando sempre mais e mais coisas para alterarem. Muitas vezes perdendo toda a naturalidade e personalidade que tinham.
E aqui entra o silicone. Toca de encher o corpo de silicone. E (claro) acabam (quase) sempre por caír no exagero.
Exemplos: Uma Transexual, que até era bem bonita, tanto encheu os lábios que acabou por fazer com que eles deformassem a sua boca (embora se tenha arrependido e agora esteja a retirar o excesso). Outra, dando ouvidos a quem não devia, “bombou” as bochechas, mas foi com a pessoa errada. O silicone desceu dentro da pele e deformou-lhe o rosto, que era bem bonito. Uma terceira, anos depois de ter “bombado” as coxas e nádegas, viu com horror o corpo rejeitar o silicone e começar a ter chagas de onde saía o silicone.
Temos também, por outro lado, aquelas que nunca estão satisfeitas com os peitos, por exemplo, e passam a vida a aumentar e a diminuir os ditos. Claro que provocando atrasos nas cirurgias às outras desgraçadas que passaram anos à espera que os intermináveis processos clínicos terminassem para finalmente fazerem as cirurgias com que tanto sonharam.
E tudo isto em nome de falsos conceitos de beleza e feminilidade. Quando é que aprenderão que o ser-se mulher não tem que se misturar com conceitos mutáveis e volúveis? Quando é que aprenderão que o ser-se mulher é algo interior, que se sente e sabe? Não é por fazerem mais esta ou aquela cirurgia que se tornam mais mulheres.
Claro que ajuda a auto-estima, qualquer mulher gosta de ter peitos, por exemplo. Mas as que por factores externos à sua vontade, não o têm, ou têm demasiado pequeno, devem ter sempre prioridade sobre outras que já o tenham.
O preconceito auto-infligido é de tal ordem, que muitas, depois de fazerem a CRS, deixam de se denominar Transexuais para se considerarem simplesmente mulheres. Como se o ser-se Transexual seja algo de vergonhoso. Até já ouvi (pasme-se) dizerem que, por terem feito a CRS, deixam de ser Transexuais para serem Transgéneros. Outras dizem que Transexuais são as que têm já feita a CRS. Enfim, a panóplia de disparates é de tal ordem grande que dava para estar aqui a escrever durante horas.
Porque não podem ser simplesmente mulheres Transexuais e reduzirem ao mínimo a necessidade, muitas vezes falsa, de tantas “alterações”?
[UK]
Transexual's death now treated as murder
[Sweden]
Forbidden names: identity and the law
Excerpt: The law also brings problems for transgender people, as the rules make it hard to change the gender of forenames.
[India]
Eunuch creating AIDS awareness within her community
According to the latest UN figures, nearly 2.5 million men and women in India are HIV+. But these figures have overlooked transgender people.
[NY,USA]
Columbia Law School's Sexuality and Gender Law Clinic Sets a Precedent
So far this year, Columbia University Law School's Sexuality and Gender Law Clinic has secured political asylum in the U.S. for a gay Jamaican man and for a lesbian from Turkmenistan, who feared persecution for her sexual orientation and political opinions in that mostly Muslim country. These are just two of the cases being handled by the fledgling clinic embarking on an emerging field — sexuality and gender law.
[NH,USA] [Opinion]
Difficult journey
I would like to say a few words about the woman Michelle Berke featured in the Nov. 23 Monitor. It seems Michelle started her journey without the help of an experienced gender therapist. This is crucial when starting this journey.
I am a male-to-female transsexual and have been living full-time as a woman for a number of years.
[USA]
Intersex Children: Into the Hands of Babes
Hopkins's William Reiner vividly remembers the child whose case made him rethink his approach to medicine.
[USA] [Blog]
No Dumb Questions - Young Nieces of Trans-woman
This candid and touching documentary profiles three children, ages 6, 9, and 11, and their struggle to understand their uncle's transition to becoming their aunt. Their innocence in asking questions regarding gender, sexuality, and identity offers a unique insight into the nature of tolerance and understanding.
[USA]
Love Your Body! A Transwoman's Guide to Health & Wellness
Our transwomen's bodies come in all colors, shapes and sizes, and all of us need to take care of them. However, good health care can be hard to get, due to discrimination, lack of medical clinicians who understand our needs, and lack of health insurance coverage. To keep our bodies healthy and whole, we must become informed consumers, educating our health care providers and ourselves.
[Transgender Day of Remembrance]
[Commentary] Transgender day article raises questions about our moral code
[ENDA]
[Commentary] Smokescreen for antigay bias
Com ele, sentem-se mais próximas do estereótipo da feminilidade, estereótipo esse imposto socialmente pelas normas vigentes sobre o que é ser feminino, e por homens que sofrem de um mal denominado “complexo do falo”.
Socialmente, uma mulher tem que ter determinadas curvas em determinadas zonas do corpo, tem que ter lábios carnudos, tem que ter peito com as medidas x ou y, tem que ter as maçãs do rosto assim e assado, enfim, um monte de lixo que a tod@s nos é incutido desde crianças.
Na realidade, existem mulheres biológicas com todas as formas e feitios, altas, magras, gordas, baixas, com curvas, sem curvas, enfim, as hipóteses são infinitas. E se bem que muitas (com posses, obviamente) já usem as técnicas plásticas para modificarem partes do seu corpo que as deixam menos satisfeitas, não conheço nenhuma nem sei de nenhum caso em que deixem de se considerarem menos mulheres por causa disso. Menos bonitas, menos apetecíveis, menos sexys, ok, mas menos mulheres? Não me parece.
No caso das mulheres Transexuais a coisa muda (e muito) de figura. Todas (ou quase todas) sentiram (sentem) na pele a discriminação imposta por um acontecimento fortuito que faz com que perante os outros e perante elas próprias se sintam menos mulheres. Obviamente que falo do facto de nascerem num corpo com características masculinas.
Isto provoca (logicamente) uma vontade de corrigirem tudo que encontram de errado no seu corpo. E em grande parte das vezes, confundindo feminilidade com conceitos estéticos.
Como resultado (e também por terem sempre o estigma de não terem nascido biologicamente mulheres) caem numa espécie de poço sem fundo, arranjando sempre mais e mais coisas para alterarem. Muitas vezes perdendo toda a naturalidade e personalidade que tinham.
E aqui entra o silicone. Toca de encher o corpo de silicone. E (claro) acabam (quase) sempre por caír no exagero.
Exemplos: Uma Transexual, que até era bem bonita, tanto encheu os lábios que acabou por fazer com que eles deformassem a sua boca (embora se tenha arrependido e agora esteja a retirar o excesso). Outra, dando ouvidos a quem não devia, “bombou” as bochechas, mas foi com a pessoa errada. O silicone desceu dentro da pele e deformou-lhe o rosto, que era bem bonito. Uma terceira, anos depois de ter “bombado” as coxas e nádegas, viu com horror o corpo rejeitar o silicone e começar a ter chagas de onde saía o silicone.
Temos também, por outro lado, aquelas que nunca estão satisfeitas com os peitos, por exemplo, e passam a vida a aumentar e a diminuir os ditos. Claro que provocando atrasos nas cirurgias às outras desgraçadas que passaram anos à espera que os intermináveis processos clínicos terminassem para finalmente fazerem as cirurgias com que tanto sonharam.
E tudo isto em nome de falsos conceitos de beleza e feminilidade. Quando é que aprenderão que o ser-se mulher não tem que se misturar com conceitos mutáveis e volúveis? Quando é que aprenderão que o ser-se mulher é algo interior, que se sente e sabe? Não é por fazerem mais esta ou aquela cirurgia que se tornam mais mulheres.
Claro que ajuda a auto-estima, qualquer mulher gosta de ter peitos, por exemplo. Mas as que por factores externos à sua vontade, não o têm, ou têm demasiado pequeno, devem ter sempre prioridade sobre outras que já o tenham.
O preconceito auto-infligido é de tal ordem, que muitas, depois de fazerem a CRS, deixam de se denominar Transexuais para se considerarem simplesmente mulheres. Como se o ser-se Transexual seja algo de vergonhoso. Até já ouvi (pasme-se) dizerem que, por terem feito a CRS, deixam de ser Transexuais para serem Transgéneros. Outras dizem que Transexuais são as que têm já feita a CRS. Enfim, a panóplia de disparates é de tal ordem grande que dava para estar aqui a escrever durante horas.
Porque não podem ser simplesmente mulheres Transexuais e reduzirem ao mínimo a necessidade, muitas vezes falsa, de tantas “alterações”?
[UK]
Transexual's death now treated as murder
Officers investigating Kellie Telesford's death are now treating it as murder.
Kellie Telesford, a transsexual who had been living as a woman for a number of years, was found strangled at her home in Leander Road, Thornton Heath, on Wednesday.
[Sweden]
Forbidden names: identity and the law
Excerpt: The law also brings problems for transgender people, as the rules make it hard to change the gender of forenames.
[India]
Eunuch creating AIDS awareness within her community
According to the latest UN figures, nearly 2.5 million men and women in India are HIV+. But these figures have overlooked transgender people.
[NY,USA]
Columbia Law School's Sexuality and Gender Law Clinic Sets a Precedent
So far this year, Columbia University Law School's Sexuality and Gender Law Clinic has secured political asylum in the U.S. for a gay Jamaican man and for a lesbian from Turkmenistan, who feared persecution for her sexual orientation and political opinions in that mostly Muslim country. These are just two of the cases being handled by the fledgling clinic embarking on an emerging field — sexuality and gender law.
[NH,USA] [Opinion]
Difficult journey
I would like to say a few words about the woman Michelle Berke featured in the Nov. 23 Monitor. It seems Michelle started her journey without the help of an experienced gender therapist. This is crucial when starting this journey.
I am a male-to-female transsexual and have been living full-time as a woman for a number of years.
[USA]
Intersex Children: Into the Hands of Babes
Hopkins's William Reiner vividly remembers the child whose case made him rethink his approach to medicine.
[USA] [Blog]
No Dumb Questions - Young Nieces of Trans-woman
This candid and touching documentary profiles three children, ages 6, 9, and 11, and their struggle to understand their uncle's transition to becoming their aunt. Their innocence in asking questions regarding gender, sexuality, and identity offers a unique insight into the nature of tolerance and understanding.
[USA]
Love Your Body! A Transwoman's Guide to Health & Wellness
Our transwomen's bodies come in all colors, shapes and sizes, and all of us need to take care of them. However, good health care can be hard to get, due to discrimination, lack of medical clinicians who understand our needs, and lack of health insurance coverage. To keep our bodies healthy and whole, we must become informed consumers, educating our health care providers and ourselves.
[Transgender Day of Remembrance]
[Commentary] Transgender day article raises questions about our moral code
[ENDA]
[Commentary] Smokescreen for antigay bias
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