Começou hoje o julgamento do único dos assassinos de Gisberta que pode ser julgado como adulto. Finalmente vai-se acabar com esta farsa que dura desde o homicídio.
Como já se escreveu tantas e tantas vezes, nenhum arguido foi julgado por homicídio. Uma pessoa morreu, um ser humano, e o mais que a acusação conseguiu foi “ofensas corporais” e “omissão de ajuda”.
Começa o processo com a audição de testemunhas, não existentes além dos próprios comparsas. Isto, só por si, já indica muito sobre a direcção que vai ter este julgamento.
Obviamente que todos, já julgados e com as penas já cumpridas, graças a estratagemas geniais (aquelas falhas de memória são tão convenientes que só mesmo em Portugal podem ser levadas a sério) tentam por todos os meios diminuir a culpabilidade do arguido.
O argumento de que “tentou até impedir as agressões” peca por ingenuidade. Não acredito que haja uma alminha neste país que acredite nisto. É demasiado absurdo, demasiado incongruente com os restantes, demasiado conveniente.
Toda a gente já teve 16 anos. Toda a gente sabe como se passam as coisas nessa idade. E toda a gente sabe que já se sabe diferenciar o bem do mal. Famílias disfuncionais há muitas, bairros pobres também, miúdos em instituições católicas também. Mas este foi um caso único que chocou Portugal inteiro.
Ainda hoje, por causa de afirmações proferidas por autoridades sobre o caso Maddie, os media já falavam em ser a justiça Portuguesa a estar em causa. Bem, não sou autoridade mas parece-me mais que o que porá em causa a justiça (não só a portuguesa, pois o mal não é só nosso) será o desfecho deste julgamento.
Justiça não me parece que seja feita. Que sejam cumpridos os tramites legais e que a pena esteja legislada, sim. Mas que isso seja justiça? Não me parece.
Num estado em que as pessoas estão referenciadas em termos económicos, em que um homicídio vale menos que um roubo, dependendo dos montantes em causa, afinal quanto vale uma vida humana?
Um crime claro de transfobia (de notar as afirmações sobre a Gisberta como “um gajo com mamas que se parecia com uma mulher"). Curiosamente em Belém, um segundo caso de clara transfobia acontecia Terça à noite. Um travesti (ou transexual, os media parecem, mesmo depois deste tempo todo, inexplicavelmente ignorantes sobre estes temas, portanto nunca se sabe) foi baleado por alguém (alguéns?) numa viatura que passou.
Homofobia? Para isso tinham gays em muitos outros sítios de Lisboa, como o Parque Eduardo VII, por exemplo. Claro que não se pode afirmar nada, mas um dedinho meu diz-me que o motivo foi o mesmo: “um gajo com mamas que se parecia com uma mulher". O “com mamas” aqui fica entre aspas, pois podia não ter sendo travesti. Fiquemos então pelo que se sabe: “um gajo que se parecia com uma mulher". Se houver ainda alguém que fale em homofobia, bem, o pior cego é aquele que não quer ver.
Casos destes irão continuar a acontecer enquanto não se tomarem medidas legais de maneira a deixar viver e proteger estas pessoas e principalmente, medidas preventivas como a tão falada educação sexual nas escolas, desde que seja virada para uma aceitação das várias orientações sexuais e da problemática sobre a identidade de género.
Até lá, em casos como o da Gisberta, eu pelo menos não esperarei justiça. E casos como o do travesti de Belém continuarão a acontecer.
Uma nota final: o julgamento do último assassino de Gisberta foi notícia em todos os telejornais, só o da SIC deu a notícia como se de um caso menor se tratasse. Ainda se trata da Gisberta como “ele”, “o” transexual em vez de “a” transexual, e chega ao ponto de se ouvir/ler “o transexual Gisberto Júnior”. Deplorável e lamentável. Depois deste tempo todo e das entrevistas dadas por tantas transexuais, só se pode atribuir este tratamento a transfobia. Parece que para muita gente ainda somos “gajos que se parecem com mulheres".
Como já se escreveu tantas e tantas vezes, nenhum arguido foi julgado por homicídio. Uma pessoa morreu, um ser humano, e o mais que a acusação conseguiu foi “ofensas corporais” e “omissão de ajuda”.
Começa o processo com a audição de testemunhas, não existentes além dos próprios comparsas. Isto, só por si, já indica muito sobre a direcção que vai ter este julgamento.
Obviamente que todos, já julgados e com as penas já cumpridas, graças a estratagemas geniais (aquelas falhas de memória são tão convenientes que só mesmo em Portugal podem ser levadas a sério) tentam por todos os meios diminuir a culpabilidade do arguido.
O argumento de que “tentou até impedir as agressões” peca por ingenuidade. Não acredito que haja uma alminha neste país que acredite nisto. É demasiado absurdo, demasiado incongruente com os restantes, demasiado conveniente.
Toda a gente já teve 16 anos. Toda a gente sabe como se passam as coisas nessa idade. E toda a gente sabe que já se sabe diferenciar o bem do mal. Famílias disfuncionais há muitas, bairros pobres também, miúdos em instituições católicas também. Mas este foi um caso único que chocou Portugal inteiro.
Ainda hoje, por causa de afirmações proferidas por autoridades sobre o caso Maddie, os media já falavam em ser a justiça Portuguesa a estar em causa. Bem, não sou autoridade mas parece-me mais que o que porá em causa a justiça (não só a portuguesa, pois o mal não é só nosso) será o desfecho deste julgamento.
Justiça não me parece que seja feita. Que sejam cumpridos os tramites legais e que a pena esteja legislada, sim. Mas que isso seja justiça? Não me parece.
Num estado em que as pessoas estão referenciadas em termos económicos, em que um homicídio vale menos que um roubo, dependendo dos montantes em causa, afinal quanto vale uma vida humana?
Um crime claro de transfobia (de notar as afirmações sobre a Gisberta como “um gajo com mamas que se parecia com uma mulher"). Curiosamente em Belém, um segundo caso de clara transfobia acontecia Terça à noite. Um travesti (ou transexual, os media parecem, mesmo depois deste tempo todo, inexplicavelmente ignorantes sobre estes temas, portanto nunca se sabe) foi baleado por alguém (alguéns?) numa viatura que passou.
Homofobia? Para isso tinham gays em muitos outros sítios de Lisboa, como o Parque Eduardo VII, por exemplo. Claro que não se pode afirmar nada, mas um dedinho meu diz-me que o motivo foi o mesmo: “um gajo com mamas que se parecia com uma mulher". O “com mamas” aqui fica entre aspas, pois podia não ter sendo travesti. Fiquemos então pelo que se sabe: “um gajo que se parecia com uma mulher". Se houver ainda alguém que fale em homofobia, bem, o pior cego é aquele que não quer ver.
Casos destes irão continuar a acontecer enquanto não se tomarem medidas legais de maneira a deixar viver e proteger estas pessoas e principalmente, medidas preventivas como a tão falada educação sexual nas escolas, desde que seja virada para uma aceitação das várias orientações sexuais e da problemática sobre a identidade de género.
Até lá, em casos como o da Gisberta, eu pelo menos não esperarei justiça. E casos como o do travesti de Belém continuarão a acontecer.
Uma nota final: o julgamento do último assassino de Gisberta foi notícia em todos os telejornais, só o da SIC deu a notícia como se de um caso menor se tratasse. Ainda se trata da Gisberta como “ele”, “o” transexual em vez de “a” transexual, e chega ao ponto de se ouvir/ler “o transexual Gisberto Júnior”. Deplorável e lamentável. Depois deste tempo todo e das entrevistas dadas por tantas transexuais, só se pode atribuir este tratamento a transfobia. Parece que para muita gente ainda somos “gajos que se parecem com mulheres".
Caso Gisberta
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JORNAL DA TARDE (RTP 1) - 1ª Parte - Abertura (vídeo)
Julgamento do caso "Gisberta" já começou (vídeo)
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Começa julgamento do jovem acusado de espancamento (vídeo)
[Austria]
Soldier returns from leave a woman
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[Germany]
Gender Warrior Wins Case Against Surgeon
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[India]
Eunuchs Partner Community Workers To Campaign For Girl Child
In a unique partnership, grassroots social workers and the community of transsexuals are spearheading a campaign to save the girl child and stop female foeticide in five districts of Tamil Nadu.
[Canada]
T-girls enjoy growing acceptance in today's society
The number of heterosexual men who admit to a curiosity about or preference for T-Girls (transsexuals, transvestites, she-males, etc.), has grown significantly and quite steadily in the last few years, due mostly to increased media and internet exposure, as well as a growing acceptance among mainstream culture.
[Canada]
What Makes The Crossdresser
What makes the crossdresser? Is it the clothes, the attitude, or the inner glow of stirred feelings? If it were 3 million years B.C., would we, could we still be cross-dressers? I sometimes wonder if in another time or place we would pursue our femme self. Some of the (lets refer to all as) T-girls ACT feminine, some LOOK feminine, and some simply FEEL feminine -- or a combination thereof.
[Australia]
Tranny's lover breaks silence
A MAN told by police that his girlfriend "was a bloke" said he felt disgusted, disturbed and deceived after the discovery, a court heard today.
Cop says transvestite slip was genuine mistakeA POLICE officer said he made a genuine mistake in telling a man in custody his girlfriend was "a transvestite", a court heard today. Constable Tyrone Stacey is facing Downing Centre Local Court, accused of breaching privacy laws over the incident at Surry Hills Police Station on September 24, 2006.
[Blog/Commentary] Can You Ever Leave Behind the Evil Twin?Don't you just love that phrase, "used to be a man?"
GARRICK Jacobson was in custody at Sydney's Surry Hills police station when he apparently discovered his girlfriend used to be a man.
Within hours of being released on bail, he went to her apartment and started "belting the hell" out of her, Downing Centre Local Court heard yesterday.
[MI,USA]
Police identify transgender murder victim, refuse to release name
The Detroit Police Department has identified a murdered man found in women's clothing in an empty lot. However, they are refusing to release the name to the public.
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