Transfofa em Blog

Um espaço especial e pessoal, para dar relevo a cada momento único - Bem Vind@ ao meu Blog!

sexta-feira, junho 30, 2006

[CA,USA]
Mother Of Murdered Trans Teen Pleads With Calif. Senate To Pass 'Gay Panic' Bill
(Sacramento, California) The mother of Gwen Araujo made a passionate plea Tuesday before a California Senate committee for support of legislation curbing the so-called gay panic defense.


[CA, USA]
Gwen Araujo Justice for Victims Act Advances in CA Senate
California took another step towards becoming the first state to meaningfully respond to strategies that blame transgender people for their own murders. The Gwen Araujo Justice for Victims Act (AB 1160), authored by Assembly member Sally Lieber and sponsored by Equality California, passed through the Senate Public Safety Committee on a 4-2 vote yesterday afternoon.


[China]
A man who had a sex-change operation three years ago recently turnedup at a Guangzhou hospital asking for surgery to become a man again.


[India]
They're very much a part of society, yet they're treated as pariahs. Last week, Upasana Amre, a eunuch working as an AIDS awareness volunteer with HumSafar organisation, was arrested and beaten up mercilessly by the Santacruz police. Upasana claimed to be creating awareness among prostitutes on the Santacruz-Juhu Link road.


[South Korea]
Recently, the Supreme Court made it legal for transsexuals to change their registered sex on the family registration records, or "hojok." It is a decision that should be welcomed.


[Egypt]
Two M2F transgender Kuwaiti visitors registered by Egyptian immigration as men...


[CA, USA]
An enthusiastic crowd estimated at 7,500 turned out for the third annual Trans March held Friday, June 23, which started out in San Francisco's Dolores Park and ended at Civic Center.


[CA, USA]
Nearly 100 transgender activists and allies turned out in the Tenderloin on Thursday, June 22, to commemorate the 40th anniversary of the 1966 riot at Gene Compton's Cafeteria.


[MI, USA]
A group of transgender activists from around the country is planning to protest this August's Michigan Womyn's Music Festival for its refusal to admit transwomen.


[USA]
Cecelia Chung, Deputy Director of Transgender Law Center, will be honored this summer as one of San Francisco's LGBT pride grand marshals, and she's quite deserving of the tribute.

quinta-feira, junho 29, 2006

E lá fomos à KARNART estar presentes na apresentação do vídeo Gisberta - Liberdade em Lisboa, euzinha e a Lara. Como já tinhamos visto o documentário, e devido a alguns imprevistos, chegámos um pouco mais tarde. Também o que interessava era o debate.
Pela meia noite, mais coisa menos coisa, acabou a projecção, passou-se para o salão de convívio/bar, onde pouco tempo depois começou o "debate".
Estávamos a trocar impressões, eu, a Lara e o Sérgio (dos Panteras) quando veio ter connosco o Sr. Miguel Vale de Almeida com a sua opinião. Opinião essa que mais parecia dirigida sómente ao Sérgio e com uma violência que até fiquei admirada. Segundo ele, o vídeo ia bem até à parte onde é entrevistado o Júlio Pires e do qual já postei aqui a impressão que fica a quem vê essa entrevista, a partir daí perdendo-se a mensagem total do documentário, porque era uma cabala contra a ILGA.
Ora bem, o documentário era sobre a Gisberta, sim, mas PRINCIPALMENTE sobre o estado da transexualidade em Portugal, problemas, aspirações, etc., facto esse que parece ter passado ao lado do Sr. Miguel, aliás e a julgar pelo seu blog também o caso da Gisberta lhe escapou, pois nem uma palavra sobre isso escreveu até hoje. Daí ter afirmado que não sabia nada da Gisberta (não esteve com atenção, pois no início do documentário e em voz off descreve-se os acontecimentos ocorridos no Porto em Fevereiro deste ano).
Muitíssimo mais estranho quando se viu a direcção da ILGA em peso na assistência, e nem sequer se pronunciaram.
Iniciou-se aqui uma espécie de esgrima entre o Sérgio e o Sr Miguel que felizmente durou pouco tempo, graças a um génio que com a sua intervenção levou o debate para aquilo que realmente era importante: o estado da transexualidade e das trans em Portugal.
Não se adiantou muito, embora quem desconhecesse a realidade transexual em Portugal já tivesse ficado com umas luzes. Pena foi que os representantes das diversas associações presentes (só reconheci os da ILGA, mas espero que tenham lá estado de outras associações, daí falar no plural aqui) tenham saído antes do debate acabar.
Na minha opinião, é pura e simplesmente ridículo estarem associações/movimentos a discutirem o sexo dos anjos em vez de olharem para o futuro. Há muito trabalho a ser feito, muito mesmo, e em vez de se falar disso de um modo constructivo, ou se discute ou abandona-se o debate sem dizer uma única palavra. Deplorável.
Falou-se da situação PRESENTE, mas e do futuro? Vai-se continuar a guerrear? Ou irão as associações unir-se debaixo de um objectivo comum?
Que se acabe com estas ridicularias de vez, que já estamos fartas disto.
[South Korea]
Legal Framework for Transsexuals
In a landmark ruling last week the Supreme Court allowed a transsexual to legally change his gender from male to female in his family registry.

[USA]
The wonders of the female hormone
For male-to-female transsexuals, estrogen can deliver soft skin, sensuous curves, and a profound sense of harmony—but it's no magic bullet.

quarta-feira, junho 28, 2006

[LA,USA]
New Orleans' Garden District Merchants Terrorized By Transvestite Gang
Robyn Lewis, owner of Dark Charm fashion and accessories for women, represents the first line of defense for the Magazine Street shop owners. She is the first to see them come strutting in their pumps down St. Andrew Street, the bewigged pack of thieves who have plagued the Lower Garden District since May.

[Canada]
Sex-change surgery funded by province
Alberta is the only province with a comprehensive policy to fundsex-change surgery.

[Canada]
Gender identity shift takes patience, courage
Alex has two teenage children who still call him mom.


[China]
Society becoming more tolerant towards transsexuals
M2F transsexual dancer Jin Xing feels grateful that society never rejected her...

[China]
'It feel great to be a woman'
M2F transsexual Li Pengli had Shenzen's first SRS about three weeks ago...




terça-feira, junho 27, 2006


A Marcha do Orgulho LGBT
(Para ver as fotos no tamanho máximo, clique sobre elas)

Esta foi tirada ainda se estava a preparar a marcha no Marquês de Pombal. Parecia estar a ser observada do alto...

Já na Avenida da Liberdade. Da esq. para a dir.: Stef, Lara, Salomé e eu (o "lobbie" trans, lol)

A "liderar" o grupo das Panteras, lá estávamos nós todos a gritar em uníssono, ao mesmo tempo que corríamos: "Direitos para a frente, transfobia para trás!"

Uma vista mais geral da marcha ao longo da Avenida. Quem nos descobre?


Já a entrar na Praça dos Restauradores e antes do minuto de silêncio em memória de Gisberta.

Fotos retiradas do site PortugalGay.PT

[IN,USA]
Transgender Navajo searches for safe spot
IU and Bloomington are often seen as a "safe place" for gay, lesbian, bisexual and transgender Hoosiers but Western culture does not allow any room for the human imagination in terms of gender identity, said former IU gender studies and anthropology graduate student and Navajo "Two-Spirit" Wesley Thomas.

[AL, USA]
Growing up difficult for transgender woman
Janus Carson spent the first 45 years of her life striving to become the person she is today.

[CA, USA]
Transvestites charm macho Fruitvale bar
Glamorous performers dazzle crowds with their weekly show

segunda-feira, junho 26, 2006

[CA, USA]
As gay pride hits stride, transgendered find more acceptance
A granite historical marker installed in San Francisco's seedy Tenderloin District this week would be unremarkable if it didn't honor men who dressed in women's clothes and once walked the streets selling sex.
Three years before the famous rioting at New York's Stonewall Inn, there was a riot in San Francisco at Gene Compton's Cafeteria. On a hot Summer's night in 1966, in the city's Tenderloin district, a group of transgender women and gay street-hustlers fought back for the first time in history against everyday police harassment. This act of resistance was a dramatic turning point for the transgender community, and the beginning of a new human rights struggle that continues to this very day.

[Canada]
The transformation of Natalie
The transformation of Natalie, who was featured in last week's English editorial in Le Soleil, from a man to a woman will be completed "probably within three years," says the former Kenneth L. Williams of Kahnawake.

[EU]
Gay pride marches roll through European cities
Gays and lesbians took to the streets of European cities Saturday in a mass demonstration of pride, in numbers varying from a couple of hundred in Zagreb to hundreds of thousands in Paris. Demonstrations and marches also took place or were planned in Lisbon, Rome, Valencia and Zwolle in the Netherlands.

[NY,USA]
Trans March Goes On, Despite NY's Refusal To Give A Permit
Transgendered people and their allies met Friday (June 23,2006) in Chelsea Park to protest NYC's refusal to give them a permit to march. They hold the march to speak out against Transphobia, a far too common trend in their community. Ironically, the city did not give them a permit because they do not recognize transpeople as part of the city's Gay Pride Celebration, because they are Transphobic themselves. Luckily, the community came out anyway for a full day of events beginning at Chelsea Park with speakers and chants.

[Mexico]
Tijuana Pride makes a comeback; Transgender turnout dominates parade
About 400 people took to the streets of this teeming border city June 17 for Tijuana’s 11th Pride parade. Half of the participants marched on the sidewalks, out of the view of media photographers.

[USA]
Gay pride parades held across nation
Hundreds of thousands of raucous parade-goers took to the streets from New York to San Francisco on Sunday for annual gay pride parades, just weeks after an attack on a popular gay singer in New York and the 25th anniversary of the start of the AIDS epidemic.

Notícias Marcha Lisboa


Diário de Notícias:

"Um minuto de silêncio por Gisberta na marcha contra o 'apartheid' legal"

Jornal de Notícias:

"Homossexuais exigem acesso a casamento e parentalidade"

Correio da Manhã:

Homossexuais: Marcha reúne cerca de 300 pessoas. Gays apelam a Cavaco

SIC Online:

Dia do Orgulho Gay - Data assinalada em Lisboa com uma marcha e um arraial.

Saiu também um artigo no jornal "Público" mas não arranjei nenhuma cópia digital capaz de ser publicada. Se ainda o conseguir, postá-lo-ei.

domingo, junho 25, 2006


[AL, USA]
Transgender wedding not on the ballot
Couple marries same day voters OK same-sex ban

[UK]
'I can’t believe I’m going to be Mrs Humphreys'
WEDDING history was set to be made in York today, as Clare Dennis and Tony Humphreys tied the knot.




Odisseia - mês de Junho



Transsexuais Hoje



A marcha do orgulho gay, lésbico e transexual do passado dia 2 de Julho de 2005 representou uma festa e uma celebração pela aprovação da emblemática lei que aproxima este colectivo à igualdade social pela qual lutam há vários anos. No entanto, há ainda muito caminho para percorrer, em óbvia referência à batalha que tem que travar o colectivo transexual, composto por mais de oito mil pessoas, de acordo com a estimativa da associação Transexualia. O objectivo social destas pessoas é o mesmo de toda a gente: ter um trabalho, aceitação social e poder viver normalmente com o sexo que consideram ser o seu, isto é, o psicológico e não o biológico. A sua batalha legal é a chamada Lei da Identidade de Género, que inclui o reconhecimento à alteração do nome e do sexo no registo, e um passo que consideram fundamental: que o Estado financie a operação de mudança de sexo, assim como os tratamentos psicológicos e hormonais que todo o transexual precisa. O canal Odisseia apresenta-lhes este mês um interessante e polémico documentário que irá situá-los na realidade social que vive a Espanha do Século XXI.



29 Qui - 17.00
29 Qui - 22.00
30 Sex - 11.00


Era para tecer algumas considerações sobre a Marcha de hoje à tarde, em Lisboa, e também sobre o Arraial Pride, mas estou cheia de dores de dentes e não consigo raciocinar correctamente. Oportunamente escreverei sobre estes dois acontecimentos. Jinhos

sábado, junho 24, 2006

Fernanda Câncio
fernanda.m.cancio@dn.pt




Faltam quatro dias para fazer oito anos. Oito anos são duas legislaturas - no caso até foram mais, por causa das dissoluções, dos pântanos e das fugas. Oito anos sobre quê, alguém sabe? Eu sei: oito anos sobre o dia em que tive, como nunca antes e, até agora, nunca depois, vergonha de ser portuguesa. Oito anos sobre o dia 28 de Junho de 1998, o do primeiro referendo português - aquele sobre o aborto, lembram-se?


Vergonha porquê, perguntam. O povo votou, o povo decidiu, como gostam de dizer aqueles que afinal - apesar de todas as previsões em contrário, de todas as sondagens de esmagadora maioria a favor da mudança da lei - festejaram o resultado. Afinal ganhou o não, mesmo se 68,6% dos eleitores não votaram e se a diferença foi de um cabelo. E ficou o não, mesmo se, de acordo com a Constituição, o número de votantes assegurava o carácter não vinculativo do referendo. E permanece o não, mesmo se aqueles que o defendiam proclamavam, após o fecho das urnas e perante as previsões (erradas) de derrota, que o referendo não devia contar.


A minha vergonha é essa: a de um povo que chamado pela primeira vez a falar directo sobre um assunto que diz respeito a todos, foi dar um mergulho porque o dia estava bonito. A vergonha de saber que a lei que existe, e que passa às mulheres um atestado de incompetência para decidir pela sua cabeça se querem e podem ser mães - ao mesmo tempo que atesta que todas têm capacidade para o ser, mesmo que o não desejem -, só é imposta a quem não tem recursos para a ludibriar. A vergonha de saber que há tanta gente neste País para quem essa monstruosidade incomoda menos que a perda de um bom dia de praia.


Gostava de não voltar a sentir essa vergonha. Gostava de viver num País que, como a Espanha nas palavras do seu primeiro-ministro, José Luis Zapatero, aquando da aprovação da lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, se esforçasse por ser mais decente. Que fizesse por não humilhar os seus cidadãos nas escolhas e relações mais privadas, e percebesse que modernidade ou é isso ou não é. Um país em que não seja preciso fazer marchas do Orgulho Gay, como a que hoje, a partir das 15 horas, desce a Avenida da Liberdade (em eco de outro 28 de Junho, o de 1969 em Nova Iorque e do ataque ao bar Stonewall), porque a humilhação quotidiana terá deixado de ser a regra - e a lei.


Mais uma excelente (para não variar) crónica de Fernanda Câncio. Com jornalistas deste calibre pode ser que Portugal sempre evolua alguma coisinha. Um exemplo para uma classe que parece bem precisar de exemplos...
Terá lugar no ESPAÇOKARNART, no próximo dia 28 de Junho pelas 22h, a estreia do filme GISBERTA LIBERDADE , de Jó Bernardo e Jo Schedlbauer . Uma iniciativa que é uma parceria KARNART C. P. O. A. A. Panteras Rosa Associação @T, e celebra o dia mundial de libertação LGBT.

O filme, de carácter documental, foi realizado em reacção ao brutal assassínio da transsexual Gisberta Salce Júnior no passado mês de Fevereiro na cidade do Porto, e aborda não apenas este crime em particular mas as vivências transexuais em Portugal. À exibição seguir-se-á um debate público.

A entrada é livre, o bar do ESPAÇOKARNART estará aberto e à disposição dos espectadores. Sejam bem-vind@s.

KARNART - Criação e Produção de Objectos Artísticos, Associação
Rua da Escola de Medicina Veterinária, 21, 1000-127 Lisboa
Tel. 213 152 192 Fax. 213 152 192
www.karnart.org
Artigo publicado em 20/ 06/ 2006 em vários jornais brasileiros


Um minuto de silêncio


Berenice Bento
Dra. em Sociologia/Universidade de Brasília/Brasil


A brasileira Gilberta foi brutalmente assassinada em Portugal, na cidade do Porto. Seu corpo foi encontrado num poço com dez metros de profundidade. O fato aconteceu há quatro meses e os culpados (já identificados) continuam livres. Finalmente, depois de muita pressão, o Parlamento Europeu aprovou resolução em que recomenda às autoridades portuguesas uma rigorosa apuração do caso e punição dos condenados. "Tortura e homicídio terríveis" é como os eurodeputados classificam o crime de que Gilberta foi vítima.


Quem a matou? Um homem? Dois homens? Não. Quinze adolescentes a torturaram durante horas, abusarem de seu corpo de todas as formas e, depois, a jogaram num poço. O laudo pericial apontou como causa da morte afogamento. Ou seja, ela ainda estava viva quando foi atirada no poço. Por que a morte de Gilberta não repercutiu no Brasil? Por que o silêncio? Por que tanto ódio?


E quem era Gilberta? Como tantas brasileiras, Gilberta saiu do seu país para trabalhar, economizar, voltar ao Brasil, comprar uma casa para a família e "tocar sua vida". Uma mistura de sonho e desejo que, como se sabe, leva milhares de brasileiros/as para fora do país. A história de Gilberta, no entanto, se distingue das demais quando sabemos que ela era uma mulher transexual, portadora do vírus HIV/AIDS, pobre e que vivia nas ruas.


Maio de 2004. O Governo Lula lança o Programa Brasil Sem Homofobia – conjunto de ações que visa a combater todas as formas de preconceitos contra transexuais, travestis, lésbicas e gays. Essa foi a primeira vez na história que um governo tomou para si a tarefa de combater os preconceitos por orientação sexual e de gênero. Bela iniciativa.


Voltemos à inaceitável morte de Gilberta: se o governo toma para si o combate à homofobia, à lesbofobia e à transfobia, o que a Embaixada do Brasil em Portugal está fazendo para apurar o assassinato de Gilberta? Quais são as medidas tomadas e quais os motivos de tamanho silêncio?


São corriqueiras as notícias de brasileiras transexuais assassinadas em países estrangeiros – e, como se sabe, no Brasil também – sem que o governo brasileiro exija das autoridades locais a apuração e a punição dos culpados. Acaba-se produzindo uma hierarquia das mortes: algumas merecem mais atenção do que outras. Um dos critérios para se definir a posição que cada assassinato deve ocupar na hierarquia dos operadores do Direito é a conduta da vítima em vida.


Nessa cruel taxonomia, casos como o de Gilberta ocupam a posição mais inferior. É como se houvesse um subtexto a nos dizer: "quem mandou se comportar assim". Essa taxonomia, em realidade, acaba (re) produzindo uma pedagogia da intolerância. E, assim, nessa lógica absurda, a vítima se transforma em ré.


Para garantir que as coisas fiquem como estão, há um processo medonho de esvaziar a vítima de qualquer humanidade. Seguindo essa lógica, a possibilidade de se reivindicar direitos humanos se restringe a um grupo muito reduzido de sujeitos que têm atributos que o lançam ao topo da hierarquia: são heterossexuais, brancos, homens masculinos, membros da elite econômica/intelectual/política. Conforme o grau de afastamento desses pontos qualificadores de humanidade, reduz-se a capacidade do sujeito entrar na esfera dos direitos e de reivindicá-los. Os direitos humanos se transformam, nesse processo, num arco-íris: lindo de se ver, impossível de se alcançar.


Quantas Gilbertas já morreram? Não sabemos. Não temos dados precisos. Sabemos que as mortes por crimes de homofobia, transfobia e lesbofobia não chegam a se constituir em processos criminais. Poucos/as assassinos/as chegam aos bancos dos réus, e quase nunca há condenação por esse tipo de crime. Lembro de uma amiga transexual que foi estuprada por um conhecido vereador de sua cidade. Essa violação, como tantas outras, jamais aparecerá em qualquer estatística. Por quê? "Se eu fosse na delegacia eu é que ficaria presa", ela nos explica com clareza estonteante.


Nesse mês de junho, em vários países do mundo as ruas são ocupadas pelas cores da diversidade. São dias de festa e de luta. Transexuais, travestis, gays, lésbicas, bissexuais, cantam, se beijam, festejam e lutam pelo direito pleno à vida.


Nas manifestações do mês da luta pela diversidade sexual e de gênero, seria frutífero que, entre uma canção da Madonna e da Glória Gaynor, lembrássemos nossos/as mártires, aqueles que provaram com a própria vida que a humanidade é mais plural do que tentam nos fazer crer.


Nas paradas do mês do Orgulho façamos um minuto silêncio. Quem sabe, assim, o Estado brasileiro nos escute e passe da ineficaz e constrangedora política das boas intenções para a ação concreta.


Gilberta: presente!

sexta-feira, junho 23, 2006

[India]
Cops beat up transgender NGO volunteer
A transgender person (someone born with physical characteristics of one sex but emotionally feels that he belongs to the opposite sex) was allegedly arrested and beaten up by cops on June 16 after they mistook her for a sex worker.

[MA,USA]
Prison chief says inmate sex change poses security risks
The state's prison commissioner testifies that if a convicted killer is allowed to get a sex-change operation, it would make the inmate a target for assault.

[USA]
'A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story' Becomes Network's Most Watched Original Movie of 2006
Lifetime Television's Original Movie 'A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story' Becomes Network's Most Watched Original Movie of 2006 Averaging 5.1 Million Total Viewers

[Canada]
Canadian Parliament Considers Adding Transsexuals To Human Rights Law
Legislation has been introduced in Canada's House of Commons to include the transgendered in the country's Human Rights Act.

[USA]
Gloria Allred: Talking About a Girl Like Gwen
The real-life story of transgender teenager Gwen Araujo is one that ( in the eyes of many ) spotlights, among other things, the shortsightedness of the legal system.

[South Korea]
South Korea approves trans recognition
South Korea's Supreme Court has ruled that a transsexual can legally change his gender to male.

[Brasil/SP]
São Paulo ganha Fórum Municipal de Trans
Aconteceu na Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo nessa última segunda-feira, dia 19 de junho, o lançamento do Fórum Municipal de Travestis, Transexuais e Transgêneros.

[Brasil/GO]
ONG goiana lança grife para travestis e transexuais
No Rio, a ONG Davida criou a Daspu, uma grife para prostitutas que brinca com o templo paulistano de consumo de ricos e novos-ricos. Seguindo o exemplo dos cariocas, a ONG Astral, de Goiânia (GO), criou a Dastrans. O objetivo é reduzir a discriminação contra as travestis e transexuais e elevar a auto-estima dessa população.

[South Korea]
What Flows From Transsexuals Changing Legal Sex?
The Supreme Court's ruling on Thursday that transsexuals can have their official gender changed in the Family Register paves the way for legally recognizing acquired as well as biological gender. Transsexuals will consequently have new legal rights and duties.

[España]
EU reclama que la sanidad pública cubra la reasignación de sexo
El grupo parlamentario de EU-Entesa ha presentado una proposición no de ley en las Corts en la que reclama la cobertura sanitaria pública del tratamiento para la reasignación de sexo y pide a la Generalitat la puesta en marcha de una unidad de trastornos de identidad de género con un equipo multidisciplinar que ofrezca un tratamiento clínico integral.

[España] [Artículo]
Derecho para las personas transexuales
Las personas homosexuales, lesbianas y transexuales, tradicionalmente han sido estigmatizadas y marginadas, a pesar de que legalmente gozan de los mismos derechos que tiene cualquier persona.

[España]
«Legalmente se consiguen cosas; en la calle no tanto»
Claudia León ofreció una charla en la Sala Gonzalo de Berceo en la que expuso los problemas de la transexualidad

[Guatemala]
Aumentan ataques contra transexuales en Guatemala
Los ataques en contra de travestis en ciudad de Guatemala aumentaron considerablemente desde mediados del año pasado, denunció el domingo una organización de homosexuales después de que cinco hombres transgénero fueran atacados a tiros y uno de ellos, hondureño, falleciera.

[España]
Dos jóvenes dan una brutal paliza a una transexual frente a su casa en Castelló
La víctima recibió golpes en la cara y en el cuello y lo denunció en la Comisaría

[España]
CRISTINA : "He sufrido agresiones por ser transexual"
Ha sufrido discriminación y maltrato. Ha luchado mucho para cambiar de sexo y de DNI. Cree que la futura ley que permitirá a los transexuales cambiar de nombre en el carnet es solo un pequeño paso.

[España]
Los transexuales protagonizan el día del Orgullo
El colectivo Gamá de Lesbianas, Gays, Transexuales y Bisexuales de Gran Canaria ha organizado una serie de actos para conmemorar el día internacional por los derechos de estos colectivos que arrancaron ayer con la inauguración de los chiringays en el parque Santa Catalina, dónde pretenden «socializar con el resto de la población», según explicó Silvia Jaén, presidenta del colectivo.

quarta-feira, junho 21, 2006

MANIFESTO 2006


PRIORIDADE À IGUALDADE NA LEI E NA SOCIEDADE


O Estado (também) somos nós.
Pelos vistos, é preciso afirmá-lo perante hesitações e oposições de responsáveis políticos que continuam a considerar lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT) como menos do que pessoas.


Após a revisão constitucional de 2004, a Constituição da República Portuguesa passou a proibir explicitamente a discriminação com base na orientação sexual. Porém, a desigualdade persiste na lei e na sociedade.


O apartheid legal mantém-se no que diz respeito ao acesso ao casamento civil. O casamento civil tem sido objecto de alterações sistemáticas ao longo do tempo – basta pensar no divórcio e nos vários passos no sentido da igualdade de género. O processo continuado de democratização do casamento – e da sociedade portuguesa – tem como próximo passo lógico o fim da exclusão de casais de pessoas do mesmo sexo.O acesso ao casamento civil para casais de gays e de lésbicas, questão que a actual maioria parlamentar prometeu abordar em 2007, vai significar a clara promoção da igualdade e a recusa absoluta da legitimação da homofobia por parte do Estado. Será uma forma inequívoca de afirmar que não somos “gentes remotas e estranhas” (nas palavras de Zapatero), porque “uma sociedade decente é aquela que não humilha os seus membros” – e porque o Estado (também) somos nós.


Recusamos obviamente qualquer figura jurídica “especial” como subterfúgio para impedir o igual acesso ao casamento civil. Recusamos qualquer “caridosa” medida de “tolerância”, porque sabemos bem que qualquer gueto legal é, e será sempre, a promoção de um gueto social.


A homofobia impedirá ainda o apoio unânime da sociedade ao igual reconhecimento na lei de casais de pessoas do mesmo sexo. Porém, é absolutamente inadmissível que esse preconceito continue a ser endossado ou legitimado pela lei – tal como a prevalência do racismo não poderia nunca justificar a manutenção de um regime de apartheid.


Pelo contrário, urge garantir a cidadania plena de gays e de lésbicas e a igual valorização das suas relações pelo Estado que integram. Aliás, a igualdade no acesso ao casamento civil não vai ter quaisquer implicações na liberdade de outros. Casais heterossexuais continuarão a ter exactamente a mesma possibilidade de escolha que tinham anteriormente.


São muito raras as questões que permitem conciliar de forma tão clara, e sem conflito, os valores democráticos basilares da igualdade e da liberdade. Daí que esta questão, cuja solução é simples, seja particularmente prioritária – porque ela vai à raiz da própria noção de democracia.


Mas porque o Estado (também) somos nós, a homofobia não pode também impedir o acesso à parentalidade por casais de pessoas do mesmo sexo – desde a adopção, em que é simplesmente irresponsável excluir à partida potenciais adoptantes com base no critério da orientação sexual, até à procriação medicamente assistida cuja regulamentação veio excluir automaticamente casais de lésbicas, mostrando que o Estado português parece não hesitar em discriminar até no acesso à saúde reprodutiva.


E se o fim da discriminação na lei é fundamental, não será nunca suficiente para eliminar a homofobia da sociedade. O recente assassinato de Gisberta Salce Júnior é a prova trágica da necessidade urgente de políticas sérias de educação contra a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género.* Nas escolas, junto da juventude, mas também em sectores-chave da sociedade como a Polícia, a Justiça, a Saúde, a Segurança Social ou as Forças Armadas, é fundamental a formação sobre orientação sexual e identidade de género para contribuir para o fim da exclusão social das pessoas LGBT.


É urgente que o Estado português inclua a identidade de género no Princípio da Igualdade (artigo 13º da Constituição) e sobretudo que crie uma lei única para agilizar todo o processo médico e de reconhecimento jurídico da identidade de género d@s transexuais.


É que o Estado somos tod@s nós: lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e heterossexuais. Habituem-se!


Associação ILGA Portugal, Associação Clube Safo, Associação não te prives — Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Panteras Rosa —¬ Frente de Combate à Homofobia



Manifestam-se este sábado pela "igualdade na lei e na sociedade"

Movimento LGBT quer incluir identidade de género na Constituição
20.06.2006 - Sofia Branco para o Público

O movimento lésbico, gay, bissexual e transgénero (LGBT) manifesta-se este sábado à tarde, em Lisboa, pela "igualdade na lei e na sociedade", afirmando: "O Estado (também) somos nós." As principais reivindicações passam pela inclusão da identidade de género na Constituição, pelo reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo e por uma educação contra a discriminação.

No manifesto, que será apresentado hoje em conferência de imprensa, os subscritores - as associações ILGA Portugal, Clube Safo, Não Te Prives e Panteras Rosa - afirmam que "é urgente que o Estado português inclua a identidade de género" no artigo 13º da Constituição - que já proíbe a discriminação em razão de sexo e orientação sexual", entre outras - "e sobretudo que crie uma lei única para agilizar todo o processo médico e de reconhecimento jurídico da identidade de género" da transexualidade.

Apesar de a Constituição proibir a discriminação com base na orientação sexual, "a desigualdade persiste na lei e na sociedade", denuncia o colectivo: "O apartheid legal mantém-se no que diz respeito ao acesso ao casamento civil." Sobre esta matéria, os organizadores recusam "qualquer figura jurídica "especial".

Ao PÚBLICO, Sérgio Vitorino, das Panteras Rosa, explicou que o casamento surge "à cabeça" de uma geral reivindicação pela igualdade nas "questões da parentalidade", como o acesso à adopção e à reprodução medicamente assistida. E lembrou a existência - nunca debatida pela sociedade portuguesa, realça - de "centenas, ou mesmo milhares, de casais homossexuais com filhos".

A promoção de uma educação contra a discriminação é outro enfoque do manifesto. Esta não se deve cingir apenas ao meio escolar, pretendendo-se "muito mais abrangente", adiantou Paulo Jorge Vieira, da Não Te Prives. "Há outros espaços educativos, como as instituições públicas, a saúde, a justiça, o trabalho, o desporto e a comunicação social, que têm de ser confrontados com a necessidade de se intervir política e socialmente para acabar com a discriminação", afirma.

Esta formação contra a discriminação deve integrar a educação para a cidadania e não se limitar apenas à educação sexual. "Tenho muitas dúvidas sobre a criação de uma disciplina de educação sexual quando não se conseguem mudar currículos de História que são sexistas, por exemplo. A educação sexual deve ser transversal a todo o currículo escolar", defende.

Para Vitorino, o problema base é que "a educação sexual nas escolas está por aplicar e por ser generalizada". "O recente assassinato de Gisberta Salce Júnior é a prova trágica da necessidade urgente de políticas sérias de educação contra a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género", sustenta o manifesto.

Apresentado como "um texto consensual", o manifesto tentou "equilibrar as agendas de cada associação", adiantou Vitorino, acrescentando que "cada associação poderá expressar as suas próprias posições" na manifestação de sábado.

Aqui estão o manifesto da marcha de Lisboa deste ano, e um artigo do Jornal "o Público".
No manifesto, meti a bold a parte que foca o transgenderismo. Como podem observar é realmente marcante e chocante a preocupação que certas associações denominadas LGBT com as pessoas transgender, preocupação essa bem visível no vídeo "Gisberta - Liberdade" onde o representante, salvo erro, da ILGA parecia um peixe fora de água, não sabendo minimamente dos assuntos sobre os quais foi entrevistado. Patético e muito mal feito pela parte da direcção que devia ter tido mais cuidado. Até parecia de propósito para queimarem a pessoa. Caramba, isso não se faz assim, ainda por cima num vídeo que vai passar por toda a europa...
O foco principal é o casamento gay, como já vem sendo hábito, deixando a parte d@s trangenders não estarem protegidos por lei nem na constituição como uma coisa secundária. É evidente que o casamento é importante pelas razões expostas no manifesto, mas considerá-lo mais importante que preencher uma lacuna tão grave como o reconhecimento do direito à identidade de género...
Realmente, considerando que na constituição a orientação sexual já está devidamente enquadrada e o direito à Identidade de Género não, era óbvio que o mais importante seria o casamento gay, penso que por haverem imensos à espera de uma oportunidade para darem o nó com as caras metades. Imagino que, caso a lei seja aprovada, haverá um corropio de casamentos.
Acho que as pessoas que estão a dirigir essas associações deviam muito seriamente rever os critérios de prioridades e darem atenção a sério à parte T. Ou então que deixem de se denominarem LGBT e passem para LGB ou BLG ou whatever.
Agora considerarem mais importante o casamento gay do que o direito à identidade de género, quer dizer, falando de injustiças, esta é gritante.
Até fiquei espantada por o "Público" não ir em cantigas e ter focado realmente o que é prioritário.

[MA,USA]
Prison chief says inmate sex change poses security risks
If a convicted killer is allowed to have a sex-change operation, it would make the inmate a target for sexual assault and pose "insurmountable" safety risks, the state's prison commissioner testified Monday.

[NY,USA]
NYPD Tells Transgender March Organizers to "Go Back to the Village"!
Millions of LGBT people and their supporters will participate in Pride parades and festivals, in the cities of Atlanta, Chicago, Denver, Houston, New York, San Francisco, Seattle, St Louis, and in the Twin Cities region on the weekend of June 23-25th. In both, NYC and San Francisco, the Friday evening of Pride weekend has been when Transgender communities traditionally hold marches and rallies.

[Guatemala]
Transvestite killed in Guatemala drive-by shooting
A transvestite prostitute was murdered in a drive-by shooting in Guatemala's capital during the weekend, human rights activists said on Monday, the latest in a spate of violence against sex workers.

[CA,USA]
National Activists Highlight Transgender Civil Rights Commemoration
A memorial plaque commemorating the 40th anniversary of the Compton's Cafeteria Riot will be installed at Noon this Thursday, June 22nd, at the corner of San Francisco's Turk and Taylor Streets. The 1966 riot was the first known instance of transgender resistance to police harassment in the U.S.

[Guatemala]
Transgender prostitutes get political to end violence
Wigs, fake breasts and very high heels were on display recently at the first political forum held by the Queens of the Night Collective, a group of transgender prostitutes who work in Guatemala City.

[Japan]
The transvestite tales of a public pen-pusher
"She" strutted into the train carriage, hitched up "her" black miniskirt, and slumped down on the Hankyu Line train seat with "her" legs spread. From a hole in "her" pantyhose protruded an object that not only gave away the fact that "she" was a "he," but also suggested that he was in a very happy mood, indeed, according to Shukan Asahi

[Malaysia]
‘Third gender’ living in legal limbo
Reader's Comments

terça-feira, junho 20, 2006


A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story
Starring J.D. Pardo and Mercedes Ruehl.
Directed by Agnieszka Holland.




Foto:Gwen Araújo tinha 17 anos quando foi assassinada

[USA]
Strong story of transgender teen shouldn't be missed
It's an incredibly moving story about a loving and largely traditional Latino family.

Foto: J. D. Pardo plays the Newark Transgender


[USA]
A toothless treatment of a complex case: transgender teen Gwen Araujo's murder
There were several ways a TV movie about the tragic and short life of transgender teen Gwen Araujo could have turned out.



Foto: Mercedes Ruehl as Sylvia Guerrero and J. D. Pardo as Gwen Araújo

[USA]
Lifetime's film on Gwen Araujo exceeds expectations
Earlier this year, Michael Magidson and Jose Merel, convicted of murdering Newark transgender teenager Gwen Araujo in October of 2002, stood in a courtroom in Hayward and were given the maximum sentence of 15 years to life.

[USA]
Transgender teen's tale is honest if simplistic
To some transgender individuals, Gwen Araujo might have been living out a fantasy. Born Eddie Araujo, with male genitalia, she won acceptance within her immediate family as a girl. In Lifetime's ``A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story," her mother, Sylvia, and her sister, Chita, fully embrace the teen who wanted to wear makeup and be called Gwen. At one point, Chita asks Gwen to serve as the maid of honor at her wedding -- before their disapproving grandmother forbids it.

[USA]
This gender switch has little power
The title of tonight's Lifetime telemovie, "A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story," bestows upon its subject the identity and dignity so often denied in life.

[Malaysia]
SpotLight: ‘Third gender’ living in legal limbo
They are the non-entities of society. Their misery is deepened by the reluctance of the authorities to recognise them as transsexuals. Yet they cling to the hope that society will one day accept them for who they are.

domingo, junho 18, 2006

Washington [Commentary]
Who gets to decide a child's gender?
Nicholas was born a boy but prefers to live as a girl. Now this5-year-old is about to start public school.

[USA] [Television]
Gwen Araujo movie a lukewarm story about a hard-luck mom
THIS FILM should have been called the Sylvia Guerrero story, except no one would tune in.

[MA,USA]
Physician announces he is a transsexual
SOMERVILLE - A longtime family physician in Somerville has informedthousands of his patients and colleagues that he is transsexual andwill begin living and practicing as a woman, according to a letterhe distributed.

[MA,USA]
Prison commissioner testifies in sex-change suit
The state's prison commissioner testified Friday that she is not convinced of the medical necessity of a sex-change operation sought by a convicted murderer.

[MA,USA]
Transvestite prostitute, 'Jasmine,' arrested
Once again police used an ad from craigslist.com to launch an investigation into prostitution. Through the work of an undercover officer, police were able to secure a warrant and make an arrest on June 10.

[CA,USA]
A year later, pumping party suspect still at large
Nearly one year ago today, two transgender women suffered serious complications after being injected with silicone at a local "pumping party."

Sammia ‘Angelica’ Garcia-Gonzalez, wanted in connection with the death of a transgender woman following a local silicone pumping party, remains at large.

Japan - OSAKA
Jobless M2F transsexual Kaori Yamada (nee Kazuhiko Yamada) charged with drugging and robbing...
A transsexual man has been indicted for having a man take sleeping pills and stealing about 200,000 yen from him after he fell asleep, prosecutors said.

[NJ, USA]
M2F transsexual substitute teacher Lily McBeth worked 1 day in Eagleswood school...
Lily McBeth, the transsexual substitute teacher hired by Eagleswood township school officials in February, worked a total of one day for the K-6 district.

[India]
Eunuchs demand inclusion in voters'list
A little over a lakh eunuchs want to be included in the voters list but for the State's Election Commission, this seems to be an uphill task.

sábado, junho 17, 2006

JN 16/06/06

"Crianças ilibadas são um convite à repetição do crime"

Helena Teixeira da Silva

Foto: leonel de castro/arquivo jn

Amigas de Gisberta estiveram presentes no velório e juntaram dinheiro para enviar o corpo para o Brasil

Gisberta, transexual brasileira assassinada no Porto há quatro meses, era o jackpot das exclusões sociais seropositiva, toxicodependente, sem-abrigo, imigrante ilegal, prostituta, travesti. Quando apareceu morta num parque subterrâneo do Campo 24 de Agosto, violada e violentada por 14 crianças que estavam sob protecção da Oficina S. José, a comunicação social explorou exaustivamente o caso. Aparentemente, o país emocionou-se. Mas esqueceu-se logo a seguir. Os responsáveis, entre os 13 e os 16 anos, foram todos ilibados e redistribuídos por outras casas de acolhimento; a instituição foi também desresponsabilizada pela diocese do Porto.

"É a impunidade total numa sociedade em que as fobias têm todas a mesma origem a ignorância em relação à identidade de género", sintetizou, anteontem à noite, Bruno Maia, um dos dirigentes da associação Panteras Rosa (PR), num concorrido debate, realizado no espaço multidisciplinar "Sem+ Nem-", na Rua Mártires da Liberdade, numa tentativa de evitar que o caso caia definitivamente no esquecimento, abrindo portas a novos "crimes de ódio, fomentados por motivos homofóbicos". O anunciado documentário sobre transexualidade - o mesmo que foi visionado no dia 8 em 14 cidades europeias para recordar Gisberta -, não foi exibido por impossibilidades técnicas, mas ficou prometido para o próximo dia 29.

"As novas gerações são mais preconceituosas do que as anteriores", lamentou Fernando Mariano, outro responsável da PR. "E são-no sobretudo em relação aos transexuais, porque são facilmente identificáveis o BI apresenta uma identidade sexual distinta do corpo". No BI, Gisberta, que vivia como mulher, era Gilberto Salce Júnior . Tinha 46 anos.

"O preconceito começa no próprio Estado, que continua de braços cruzados", criticou António Vieira. "Não permite a mudança de nome sem que seja feita a operação genital, não cria legislação nem reconhece os direitos dos transexuais, impedidos de casar ou dar sangue e preteridos no mercado de trabalho". Mas haverá outros responsáveis pela perpetuação do preconceito, reforçou Bruno Maia "A imprensa, que insiste no erro de designar transexuais por travestis; as escolas, que não abordam as identidades de género na disciplina de educação sexual; e a Igreja, que parte do pressuposto de que somos todos heterosexuais e alimenta o desconhecimento".

A primeira marcha LGBT

A sexta edição do Porto Pride, agendada para 8 de Julho, terá associada a primeira Marcha do Orgulho LGBT - Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transgenders e Heterossexuais -, sobre o lema "Um Presente Sem Violência, Um Futuro Sem Diferença". "Vai ser um marco na nossa luta pelos direitos humanos. Se não resultar este ano, tememos pelo futuro, porque o preconceito acentua-se na letra T", confessou Bruno Maia, dirigente da Panteras Rosa, colectivo responsável pelo evento, em conjunto com as associações Clube Safo, UMAR , ATAC e do site PortugalGay.PT, que contam também com a colaboração da Amnistia Internacional e do SOS Racismo. O trajecto começa às 15 horas, no Campo 24 de Agosto - local propositadamente escolhido para homenagear Gisberta -, e termina às 17 horas, na Praça D. João I. Para a primeira Marcha de Orgulho LGBT serão convidadas instituições de Lisboa e de Espanha. "É importante internacionalizar a luta. Não há verdadeira transformação social sem o fim da ordem sexual estabelecida", torna Maia. No mesmo dia, à noite, às 22 horas, e à semelhança dos anos anteriores, a festa continua no Teatro Sá da Bandeira. Desta vez, o convidado é o DJ Nuno Cacho. A entrada custa 10 euros.

Estrasburgo quer punir quem matou Gisberta

Alexandra Lobão, correspondente em Bruxelas

O caso da transexual assassinada por um grupo de menores, no Porto, em Fevereiro, foi ontem discutido no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo, que instou as autoridades portuguesas a "fazerem tudo" para punir os responsáveis pela "tortura e homicídio terríveis" de Gisberta, e a combater o "clima de impunidade" deste crime. Gisberta, recorde-se, foi violada e violentada por 14 crianças que estavam sob protecção da Oficina S. José (ler texto em baixo).

Portugal é um dos países apontados numa resolução contra o racismo e a homofobia ontem aprovada - 301 votos a favor, 161 contra e 102 abstenções - no plenário do PE, sem os votos de grande parte da Direita. É ainda referenciado por, juntamente com a Itália e a Grécia, ser um dos países onde não existem registos estatísticos relativos à violência de índole racista. Ficou, por isso, colocado no mesmo plano da Polónia, onde membros do actual Governo multiplicam insultos contra a comunidade homossexual, tendo até instigado publicamente à violência física contra esta minoria.

O Partido Popular Europeu/PPE não apoiou a resolução por discordar da confusão entre casos de agressão individuais e posições extremas tomadas abertamente por certos responsáveis governamentais.Explicando as razões pelas quais o seu grupo não assinou a proposta, o democrata-cristão Patrick Gaubert defendeu que essas situações deveriam ser diferenciadas. A luta contra o racismo, a xenofobia, a homofobia "não é de Esquerda ou de Direita", argumentou.

O presidente dos socialistas, Martin Schulz, replicou, lamentando o facto de ainda ser necessário debater a luta contra o racismo e a xenofobia. "É alarmante", frisou. "A luta deve mobilizar todas as forças democráticas".

O plenário reprovou politicamente os actos de discriminação, mas não ousou ir mais longe.


[Advice Column]
Dear Abby : Can I punch transsexuals?

DEAR ABBY: I recently met a gorgeous woman I'll call "Giselle." After we had dated for a couple of months and became physically involved, she told me she had had gender reassignment surgery and used to be a man! I was, to say the least, shocked and deeply disturbed.



Boston Herald, MA, USA
A beloved Somerville family doctor has dropped a bombshell on his patients by revealing he is transsexual and will begin seeing patients as a woman.
Dr. Roy Berkowitz-Shelton.


Washington Blade, DC, USA - TELEVISION
CABLE'S LIFETIME CHANNEL, no stranger to gay audiences looking for a "Golden Girls" fix, is also well known for its made-for-television movies. Such projects fall into two categories: those starring the likes of Tori Spelling and Valerie Bertinelli that are about amnesia, stalkers and other such melodrama and those about mothers with difficult teens or children with strange medical conditions.



Mercedes Ruehl (left) and J.D. Pardo star as a mother and her transgender daughter in Lifetime’s ‘A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story.’
(Photo courtesy of Lifetime)



Anchorage Daily News, AK, USA [Commentary]
Even in death, Misty Dawn was the portrait of a lady.



Stockton Record, CA, USA
Family and friends will gather tonight to hold vigil for murder victim Alfred Dibble, a Stockton transvestite beaten last month and left to die.



Souplesse pour changer de sexe
BRUXELLES Un de ses proches affirme que Guy Verhofstadt (VLD) avait été conscientisé aux problèmes des personnes souhaitant changer de sexe par un architecte chargé de relifter sa maison de Toscane, lui-même dans le cas. C'est donc grâce à lui que la promesse de simplifier la situation légale des transsexuels était apparue dans la déclaration gouvernementale de Verhofstadt II, en juillet 2003.


Retour critique sur la pensée du genre
Poursuivant sa réflexion sur la construction des identités sexuelles et sociales, Judith Butler revient, sur l'analyse du genre et du désir.

sexta-feira, junho 16, 2006


Eurodeputados pedem punição para homicidas de transexual morta no Porto


Foto arquivo SIC


O Parlamento Europeu pediu, hoje, às autoridades portuguesas que façam tudo para punir os homicidas do transexual Gisberta, no Porto. Na resolução aprovada, em Estrasburgo, os eurodeputados pedem que Portugal combata o clima de impunidade em relação a este crime alegadamente cometido por um grupo de adolescentes, em Fevereiro passado no Porto.


Tortura e homicídio terríveis é como os membros do Parlamento europeu classificam o crime de que foi vítima Gisberta. A resolução hoje aprovada, em Estraburgo, condena recentes actos de racismo e homofobia em vários países europeus, incluindo Portugal, para o qual é dado o exemplo de Gisberta.


Para os eurodeputados, Portugal tem de fazer tudo para punir os responsáveis pelas agressões que, em Fevereiro passado, no Porto, resultaram na morte do transexual. De nacionalidade brasileira, Gisberta foi espancada e terá agonizado durante dois dias no fundo de um poço num parque de estacionamento.


O crime foi alegadamente cometido por um grupo de adolescentes, alguns à guarda das Oficinas de São José, que já foram acusados pelo Ministério Público e aguardam julgamento sob medidas de coação. O Parlamento europeu insta as autoridades portuguesas a combaterem o clima de impunidade relativo a este e outros crimes de ódio.


SIC Online Notícias
HPD officer recounts long battle with gender identity
The father of 5 will work as a man until name is legally changed
Sgt. Jack Oliver, the Houston police officer preparing to undergo gender reassignment surgery, says the reaction from colleagues has been mostly positive since coming out to the department last week.

Transsexual suffers grave burn injuries
India, SALEM: Diana (22), a transsexual, was admitted to the Salem GH with serious burn injuries.In her statement to the police, she has said that the injury was caused when the stove burst while cooking. The transsexual,originally was Vijay, son of Shiela, a resident of Hasthampatti. After becoming a transsexual, she married one Prakash and lived near Five Roads in Salem. Her condition is said to be critical.

Thailand - `X-Men' no more
Of course, there's a lot of difference between a man and a woman. This fact cannot be contested. Although this is true, males who want to be females claim that they are women to begin with, who want to express themselves as women. They insist that they are not men wanting to be women.


Botswana - Paralympic 800m champion Tshotlego Moramais a girl — BNSC...
The Botswana National Sports Council (BNSC) chairperson Dorcas Makgato Malesu and the Gazette Editor, Batlhalefi Leagajang engaged in bitter exchanges yesterday at a press conference called to end the dispute over the gender of Paralympic 800m champion, Tshotlego Morama.

Norfolk inmate Robert "Michele" Kosilek: Set limits on sex change...
THE MASSACHUSETTS Department of Correction has adopted a humane policy of providing hormones to inmates diagnosed with gender identity disorder, a psychiatric illness characterized by relentless anguish over one's sex. But requiring taxpayers to fund sex-change operations for inmates would push the policy to insupportable limits. Elsewhere, it has led to a backlash resulting in greater suffering for imprisoned transsexuals.

The trans catch-22
In order to get "treated" for being transsexual—meaning hormones and, perhaps, surgery—you first have to be diagnosed. But calling trans people sick creates the same stigma gay people faced for decades.

Trans Behind Bars
There is one transgender story the mainstream media - particularly the more conservative arms - always love to latch on to. They simply seem to be unable to get enough on transgender people in prisons and their health needs.

Britain - Pre-op M2F transsexual Pink Zoe Realm (nee Adrian Paul Mullett) gets changing room ban... A transsexual has been banned from the female changing rooms of leisure centres owned by Derby City Council following complaints.





US - Film - "A Girl Like Me: The Gwen Araujo Story" leaves viewers haunted...
Gwen Amber Rose Araujo was born Edward Araujo in California in 1985. From an early age, Eddie felt that something was wrong with him, and that he was a girl on the inside.

Britain - Pre-op M2F transsexual Holly Marie Churcher back in court...
A Man awaiting a sex-change operation has had his sentence adjourned by magistrates after admitting a charge of exposure. Holly Marie Churcher formerly of Beer Street, Yeovil, but now living at Portsmouth, admitted at a previous court hearing exposing himself to neighbours living opposite his home on 4 May after appearing in the street stark naked.

Pardo as Gwen Araújo. The transgendered teenager was murdered at age 17.